sábado, 12 de dezembro de 2015

Estacionei meus olhos no mar
Reconheci distâncias,
E minha vontade de ficar.
Fiz casa onde ninguém quis pousar,
E detonei uma guerra linear.
Levantei bandeiras sobre amores e revoluções,
Queimei navios, borbulhei vulcões.
Revi conceitos, contei enganos, 
Fundi ideias, guardei segredos.
Fui água enquanto ardia
Queimei quando chovia
Fui vento quando vazia
Fui até noite quando era dia.
Em meio a tempestades e naufrágios, 
Nadei sem eira, 
Catei conchas, 
Ouvi presságios.
Acendi fogueiras
Para o passado que não passou
Nem passa.
Segue junto com meu agora:
Vidraça.
Mas o futuro certeiro e presente
Anda sagaz e inteiro,
Faceiro
Em minha frente.


Juliana Cordeiro