segunda-feira, 25 de setembro de 2017

UMA CARTA...


UMA CARTA...

Estranho começar assim, mas, do fundo do meu coração e com toda a benevolência que existe no seu ser, espero que compreenda esse sentimento muitas vezes mal compreendido, e outras, julgados levianamente...
Nas últimas horas venho pensando em uma citação de Confúcio, no qual ele cita: “há algo errado, há algo errado em mim e aqui eu posso mudar”... e é sobre isso que eu pretendo me expressar.
- Gosto de você! Gosto muito de você; para ser bem franca eu te amo! Sabe... o amor é indescritível, poetas tentam descrever em vão, tendo em vista que o amor não se descreve, se sente! Gosto de pensar no melhor ensinamento: ama-te o próximo a como a si mesmo... assim eu amo todo mundo, é mais fácil viver assim...
Esta é uma carta que descreve o que eu vejo e egoisticamente falando como eu me sinto. Talvez seja um tiro pela culatra, mas é assim que aprendi a me defender e a me expressar para não morrer de angústia. Aqui aprendi a ser amada. Um lugar aonde consigo ser eu mesma, um lugar aonde eu posso manifestar sem medo o que sinto e penso. Esse é o caminho que encontrei para curar a chagas da minha alma... Lanço tudo o que sinto em palavras escritas e as entrego ao Universo para que tudo se transforme... essa é a minha fé, minha catarse, minha autoajuda, meu amor próprio.
- Falar sobre você? É fácil! Existe uma dualidade, uma dificuldade de entrega, um racionalismo exagerado, uma frieza disfarçada, muita discrição, muita segurança, honestidade, dedicação, amorosidade, educação e muita distância...
- Falar sobre mim? Difícil! Talvez eu seja apenas a louca barraqueira que defende tartarugas na praia... ou apenas a louca... no fundo imagino o que pensas dessa minha  chatice toda...
- Falar sobre nós? Se é que existiu isso um dia... desculpas estou incrédula e ferida demais porque amar dói! Dói muito amar! Só para exemplificar: Jesus morreu por amor!
Sobre tudo que aconteceu entre nós, da minha parte eu te garanto, tínhamos tudo para viver uma grande história e sinto muito não estarmos prontos emocionalmente para continuar essa jornada.
Mais uma vez estou triste pelo motivo de sempre: pela sua falta, melhor dizer, pela falta que eu sinto, pelas palavras não ditas, pelo sentimento não expresso, pela expectativa frustrada... Vou dizer mais uma vez: Não quero ser sua esposa, mas também não quero ser sua amante vivendo longe das pessoas que nos cercam, vivendo dualidades, inseguranças, vivendo palavras que não condizem com as atitudes, vivendo vidas separadas estando juntos; afinal de contas, somos livres e disponíveis para viver uma relação que nos agregue valor.
Ontem não tive vontade de te ver, pela primeira vez não quis te ver... e acredito que seja recíproco... não quis ver o seu sorriso chegando, não quis receber o seu abraço, não quis dormir de conchinha, não quis fazer aquele sexo gostoso, não quis fingir que não me importo, não quis brigar... mas gostaria que soubesse que sinto a sua falta; gostaria que soubesse que ainda me importo muito... ainda não sei se quero te ver... porque não quero discutir relação, te cobrar, acusar, continuar ou romper. Não quero tocar em feridas... não quero lembrar das mentiras, das justificativas e das promessas de mudanças... Ser fiel e ter a consciência tranquila é importante, mas não é tudo.
Sinto muito, na minha cabeça bipolar, poderíamos viver uma relação de reciprocidade, companheirismo, de amizade e de amor... mas, isso, não está sendo possível porque tenho ficado triste por não me sentir querida, por não me sentir inserida... é o tal do amor... e isso não se pede, ou cobra... o amor precisa ser livre e é isso que estou fazendo... te deixando livre...
Não quero joguinhos, troco com a mesma moeda, não quero máscaras do ego, não quer ser sua inimiga, não quero mentiras, não quero mais me sentir assim: menosprezada...
Vou me dar amor e me fazer feliz! E é só isso que eu quero... não precisamos um do outro para nos causar dor e ressentimento... “Há algo errado” e essa insatisfação só cabe a mim transformar. Eu sinto muito! Não quero um julgamento pejorativo, mas para mim está sendo difícil, muito difícil, me esforço com um sorriso no rosto, me distraio com o que eu tenho, mas o meu coração está partido e eu preciso cuidar dele.
Só sei que preciso cuidar de mim... com ou sem você!
A dor é só minha!

Por: Lucileyma Carazza