quarta-feira, 18 de junho de 2025

SOBRE RELACIONAMENTOS

 

SOBRE RELACIONAMENTOS

 

Difícil descrever, tendo em vista que palavras são palavras, o enxergar nem sempre significa a realidade, as atitudes são comportamentos e as emoções o sentir verdadeiro sem as máscaras de um ego machucado e comprometido ao insucesso.

Não estou sendo clara, não estou conseguindo me expressar na verdade existe a tríade: ver, imaginar e sentir. Uma coisa é o que eu vejo, a outra é o que eu imagino sobre o que eu vi, e a outra, é  o sentir a realidade de fato.

Não nos conectamos, paramos de respirar para não sentir, nos embriagamos para perder os sentidos e ignorar a dor, criamos roles aleatórios para nos distanciar de nós mesmos.

Paramos no imaginar porque o julgar é mais fácil do que sentir, ou, dói menos. Todo vício é uma fuga.

As relações refinadas são superficiais são como o açúcar refinado, já as relações integrais são indigestas e dolorosas; quem gosta de comer comida integral? Ninguém! Já dizia o Padre Fábio de Mello... onde existe dor é porque existe muito amor.

Atualmente ando enamorada com o mundo, meio cabeça oca. Sem propósitos ou conceitos estabelecidos. Não me reconheço, não me importo, anseio estar em vários lugares ao mesmo tempo e conhecer e viver tudo aquilo que ainda não vivi. Me sinto aprisionada nesta sociedade a qual precisamos para sobreviver. Isso... vivemos no modo sobrevivência.

E eu, querendo entrar no modo desistência. Cheguei no ponto da vida em que mais temia: me tornei a a velha louca do rolê... a ignorada, taxada como mal educada, intelectualizada, antipática, rica, velha, gorda e louca.

Sempre fui discreta, cheia de conceitos estabelecidos, determinei limites dos quais só foram estabelecidos por existir um vazio e uma dor imensa no meu peito, então criei barreiras para me livrar dos julgamentos... estas barreiras nos tornam prisioneiros de nós mesmos. Deixamos de ser livres por padrões e questões mal resolvidas em virtude das dores que sentimos e que nunca curamos... Emoções que não curam geram um vazio imenso e constante no peito.  Um buraco sem fundo... tudo criado por nós/mim mesmos, pelas nossas dores, pelas imposições da sociedade; tentamos agradar o máximo a todos e a si próprio.

Confesso que ando exausta. Descobri que é melhor ser... ser ex, ser decente, ser enamorada, ser filha, ser amiga, ser carinhosa, ser livre, ser íntegra, ser caridosa, ser alienada, ser burra, ser sem noção, ser a melhor, ser a pior, ser a louca, ser fora dos padrões e foda-se.

Ainda prezo pela fé e pela minha intuição. Não sei de onde elas vem. Mas as sinto. Não tenho me importado em fazer nada apenas para agradar. Estou sem limites com sede de vida, completamente sem noção e caio em gargalhadas sem explicação.

No mais, precisamos sentir a dor, vivenciar a dor, não fugir, compreender o que ela quer me ensinar para me livrar de ciclos viciosos. Se tem dor, tem mentira. O verdadeiro não causa dor. “Conhecei a verdade e a verdade vos libertará”. A verdade nunca causa sofrimento.

 

Por: Lucileyma Carazza

Revisão: Pedro Lucas Defante Nolasso (meu aluno preferido)