SOBRE RELACIONAMENTOS
Difícil descrever, tendo em vista
que palavras são palavras, o enxergar nem sempre significa a realidade, as
atitudes são comportamentos e as emoções o sentir verdadeiro sem as máscaras de
um ego machucado e comprometido ao insucesso.
Não estou sendo clara, não estou
conseguindo me expressar na verdade existe a tríade: ver, imaginar e
sentir. Uma coisa é o que eu vejo, a outra é o que eu imagino sobre o que
eu vi, e a outra, é o sentir a realidade
de fato.
Não nos conectamos, paramos de
respirar para não sentir, nos embriagamos para perder os sentidos e ignorar a
dor, criamos roles aleatórios para nos distanciar de nós mesmos.
Paramos no imaginar porque o julgar
é mais fácil do que sentir, ou, dói menos. Todo vício é uma fuga.
As relações refinadas são
superficiais são como o açúcar refinado, já as relações integrais são
indigestas e dolorosas; quem gosta de comer comida integral? Ninguém! Já dizia
o Padre Fábio de Mello... onde existe dor é porque existe muito amor.
Atualmente ando enamorada com o
mundo, meio cabeça oca. Sem propósitos ou conceitos estabelecidos. Não me
reconheço, não me importo, anseio estar em vários lugares ao mesmo tempo e
conhecer e viver tudo aquilo que ainda não vivi. Me sinto aprisionada nesta
sociedade a qual precisamos para sobreviver. Isso... vivemos no modo
sobrevivência.
E eu, querendo entrar no modo
desistência. Cheguei no ponto da vida em que mais temia: me tornei a a velha
louca do rolê... a ignorada, taxada como mal educada, intelectualizada, antipática,
rica, velha, gorda e louca.
Sempre fui discreta, cheia de
conceitos estabelecidos, determinei limites dos quais só foram estabelecidos
por existir um vazio e uma dor imensa no meu peito, então criei barreiras para
me livrar dos julgamentos... estas barreiras nos tornam prisioneiros de nós
mesmos. Deixamos de ser livres por padrões e questões mal resolvidas em virtude
das dores que sentimos e que nunca curamos... Emoções que não curam geram um
vazio imenso e constante no peito. Um
buraco sem fundo... tudo criado por nós/mim mesmos, pelas nossas dores, pelas
imposições da sociedade; tentamos agradar o máximo a todos e a si próprio.
Confesso que ando exausta.
Descobri que é melhor ser... ser ex, ser decente, ser enamorada, ser filha, ser
amiga, ser carinhosa, ser livre, ser íntegra, ser caridosa, ser alienada, ser
burra, ser sem noção, ser a melhor, ser a pior, ser a louca, ser fora dos
padrões e foda-se.
Ainda prezo pela fé e pela minha
intuição. Não sei de onde elas vem. Mas as sinto. Não tenho me importado em
fazer nada apenas para agradar. Estou sem limites com sede de vida, completamente
sem noção e caio em gargalhadas sem explicação.
No mais, precisamos sentir a dor,
vivenciar a dor, não fugir, compreender o que ela quer me ensinar para me
livrar de ciclos viciosos. Se tem dor, tem mentira. O verdadeiro não causa dor.
“Conhecei a verdade e a verdade vos libertará”. A verdade nunca causa
sofrimento.
Por: Lucileyma Carazza
Revisão: Pedro Lucas Defante Nolasso (meu aluno preferido)