sábado, 18 de dezembro de 2010

O ANSEIO PELA OUTRA METADE






Embora queira ficar com você dia e noite, nada muda no Ano Novo!
Apesar do Ano Novo ser tradicionalmente um momento de recomeço, o que quer que esteja me afastando parece ser um obstáculo permanente. Mesmo assim a minha necessidade por ele não é menor.

Ah o AMOR!

Para uma pessoa que está amando parece intuitiva e clara: pensamos que sabemos o que significa amar sem ter que analisar. Mas quando refletimos melhor, o verdadeiro significado do “termo amor“ torna-se mais difícil de definir.
O quê significa para um ser humano dizer que o amor é essencial para a vida?
O amor talvez seja o nosso anseio pela outra metade; particularmente significa muito mais.

Aristofanes1 conta uma história acerca da origem da humanidade, que revelaria a natureza do amor. Em tom de humor, ele sugere que houve uma época em que não existiam dois sexos, mas sim três: seres masculinos, femininos e andrógenos, que possuíam órgãos sexuais de ambos os sexos. Os seres humanos costumavam ter quatro braços, quatro pernas e dois rostos; eram criaturas redondas que se moviam dando cambalhotas pelo chão. Como os Deuses viam nos seres humanos uma ameaça, decidiram que um modo de limitá-los seria cortando-os pela metade; por isso, cada ser humano foi dividido em dois. Cada parte que constitui o presente estado da humanidade é apenas a metade da criatura original, sempre em busca da sua outra metade. O AMOR consiste em encontrar o resto de nós mesmos; nós, em nossa condição, não somos inteiros. Quando alguém encontra sua “outra metade”, Aristófanes diz:

“Essas pessoas são magnificamente tocadas por um senso de amizade e familiaridade e Eros2, e nunca mais querem se separar, nem por um instante. Essas pessoas são as pessoas que passam a vida toda ao lado uma da outra, mas sequer são capazes de dizer o que desejam para si, estando com o outro. Não se pode pensar que é por causa da relação sexual que duas pessoas amam estar juntas. É, na verdade, a alma de cada um que deseja claramente algo mais, que não é capaz de expressar com palavras; ela sente o que precisa e, ainda que de modo obscuro, intui tal coisa”.

Cada um de nós é incompleto sozinho e precisa ser amado para ser inteiro novamente. Nenhum ser humano é auto-suficiente; pelo contrário, todos nós temos a necessidade de uma pessoa que nos complete.

Existem pessoas que usam a imagem do amor romântico e o desejo de reencontro com a pessoa amada para descrever um problema político fundamental.

Percebo que o “AMOR” tem abrangência muito maior do que pensamos. Podemos amar não apenas uma pessoa; mas a família, os amigos, um país, um povo, os animais, a natureza, um esporte, a humanidade, o trabalho, a caridade, a paz a justiça social etc.

Considerar o amor romântico a única forma de amor é insuficiente.

Com amor não há violência, ele possui virtudes clássicas de justiça, temperança, moderação e sabedoria.

Ame o próximo.

Inspiração e dedicação: Víctor Nelson Rocha Louzada Carazza


1 - Aristófanes, em grego antigo Ἀριστοφάνης, (c. 447 a.C. - c. 385 a.C.) foi um dramaturgo grego. É considerado o maior representante da Comédia Antiga.Nasceu em Atenas e, embora sua vida seja pouco conhecida, sua obra permite deduzir que teve uma formação requintada. Aristófanes viveu toda a sua juventude sob o esplendor do Século de Péricles. Aristófanes foi testemunha também do início do fim daquela grande Atenas. Ele viu o início da Guerra do Peloponeso, que arruinou a hélade. Ele, da mesma forma, viu de perto o papel nocivo dos demagogos na destruição econômica, militar e cultural de sua cidade-estado. À sua volta, à volta da acrópole de Atenas, florescia a sofística -a arte da persuasão-, que subvertia os conceitos religiosos, políticos, sociais e culturais da sua civilização. Conta-se que teve dois filhos, que também seguiram a carreira do pai.
2 - Eros ( do grego antigo : Ἔρως , "Sexo Amor"), na mitologia grega , era o deus primordial do amor sexual e beleza. Ele era também adorado como uma divindade da fertilidade. Seu Romano contrapartida foi o Cupido ("desejo"), também conhecido como Amor ("amor"). Na Teogonia de Hesíodo faz dele um deus primordial, enquanto em alguns mitos, ele era o filho das divindades Afrodite e Ares. Em Platão, Simpósio, ele foi concebido pelo Poros (abundância) e Penia (Pobreza) com o aniversário de Afrodite. Como Dioniso, era algumas vezes referido como Eleutério, o "libertador".

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza em 18/12/2010.


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