domingo, 10 de março de 2013

O impostor é viciado em tragédia




O impostor é viciado em tragédia; é viciado em dramas. O drama faz que com que ele sinta-se vivo. Pacto de vingança é outro nome para esse eu sofredor que é uma entidade, um complexo autônomo. O eu sofredor vive de sofrimento. Ele precisa gerar situações que tragam alimento para ele. Mas, esse eu sofredor que é o próprio pacto de vingança em si mesmo, já é um sintoma da dor. A dor é a raiz. Dá dor nasce o pacto de vingança que se desdobra nas matrizes do eu inferior, que é a destrutividade, e do eu inferior nascem as máscaras que são distorções dos atributos divinos. A distorção do amor, o vitimismo; a distorção do poder, que é a agressividade e a violência; a distorção da serenidade que é o retraimento, ou o anestesiamento. É isso que gera toda a miséria do mundo. A miséria continua se repetindo e multiplicando porque você tem prazer nisso. Em algum momento o prazer ficou conectado com o sofrimento. Com isso, você acha que, se abrir mão do sofrimento, abrirá mão também do prazer. Essa é a crença básica que habita o universo sombrio da personalidade. Você acredita que, se abrir mão do sofrimento, abrirá mão da vida. Isso é somente uma crença. Você pode ter prazer também no positivo. É possível ter prazer também no amor, na união. O pacto de vingança é esse casamento entre o sofrimento e o prazer. É o que faz você se punir para poder sentir prazer. Outro nome que eu dou para isso é ciclo vicioso do sadomasoquismo. Mas, como eu estava dizendo, são desdobramentos da dor original.
Então, a questão é chegar a esse núcleo para poder tratar dela. Você me pergunta qual prática pode ser antídoto para a dor. O antídoto é a compreensão. Quando chega ao núcleo da dor, você é iluminado pela sagrada compreensão, que naturalmente te explica porque você teve que passar por determinadas amargura.

Sri Prem Baba