OSHO FALA SOBRE
TERAPIAS
Terapia
é basicamente uma função do amor, e o amor somente flui quando não há ego. Você
só pode ajudar o outro na medida em que você não é egoísta. No momento em que o
ego entra, o outro se torna defensivo. O ego é agressivo; ele cria uma
necessidade automática no outro de ser defensivo. O amor é não-agressivo. Ele
ajuda o outro a permanecer vulnerável, aberto, não-defensivo. Portanto, sem
amor não há terapia.
Terapia
é uma função do amor. Logo, com ego você não pode ajudar. Você pode até mesmo
destruir o outro. Em nome de ajuda você pode até mesmo obstruir o seu
crescimento. Mas a psicologia ocidental está numa bagunça.
A
primeira coisa: a psicologia ocidental ainda pensa em termos de um ego
saudável. E o ego nunca pode ser saudável. É uma contradição do próprio termo.
Ego,
em si, é doença. O ego não pode nunca ser saudável. O ego está sempre levando
você em direção a mais e mais doença. Mas a psicologia ocidental pensa (toda a
mentalidade ocidental tem sido) que as pessoas estão sofrendo de egos fracos.
As pessoas não estão sofrendo de fraqueza do ego, mas de muito egoísmo.
Mas
se a sociedade é orientada pela mentalidade masculina, orientada pela
agressividade, o único desejo da sociedade é como conquistar tudo, então
naturalmente você tem que abandonar tudo o que é feminino em você, você tem que
abandonar metade do seu ser na escuridão - e você tem de viver com a outra
metade. A outra metade nunca pode ser saudável, porque a saúde vem da
totalidade. O feminino tem de ser aceito. O feminino é o não-ego, o feminino é
receptividade, o feminino é amor.
Uma
pessoa realmente saudável é alguém que está totalmente equilibrada entre o
masculino e o feminino. De fato, é alguém cuja masculinidade foi cortada,
destruída por sua feminilidade, que transcendeu a ambos, que não é masculino
nem feminino - que simplesmente é. Você não pode categorizá-lo. Este homem é
pleno, e este homem é são. E para este homem, no Oriente, nós sempre olhamos
como o Mestre.
No
Oriente, nós não criamos nada paralelo ao psicoterapeuta. O Oriente criou o
Mestre, o Ocidente criou o psicoterapeuta. Quando as pessoas estão mentalmente
perturbadas, elas vão à um psiquiatra no Ocidente; no Oriente elas vão à um
Mestre.
A
função do Mestre é totalmente diferente. Ele não o ajuda a atingir um ego mais
forte. Na verdade, ele faz você sentir que o ego que você tem já é demais.
Abandone-o! Deixe-o ir! Uma vez que o ego foi abandonado, subitamente você é
um, pleno e fluídico. E não há nenhum bloco e nenhum obstáculo...
No
Oriente, a nossa abordagem é de que o terapeuta não tem de fazer nenhum
trabalho. O terapeuta torna-se simplesmente um veículo para a energia de Deus.
Ele tem somente que estar disponível como um bambu oco, de maneira que Deus
passe através dele. O curador tem de se tornar simplesmente uma passagem.
O
paciente é um homem - aos olhos orientais - que perdeu o seu contato com Deus.
Ele
se tornou muito egoísta, e perdeu o seu contato com Deus. Ele criou uma tal
muralha da China a sua volta que ele não sabe mais o que Deus é, ele não sabe
mais o que é a totalidade. Ele está totalmente desconcertado das raízes, da
própria fonte da vida. É por isso que ele está doente - mentalmente,
fisicamente ou de qualquer outra maneira. A doença significa que ele perdeu a
trilha da fonte. O curador (healer), o terapeuta no Oriente, tem como função
conectá-lo com a fonte novamente. Ele perdeu a fonte, mas você ainda tem a
conexão.
Você
segura a mão da pessoa. Ela está escondida atrás de uma parede. Deixe-a estar
escondida por detrás da parede. Mesmo se você puder segurar a sua mão através
de um buraco na parede... se ela pode confiar em você, ela não pode confiar num
Deus, ela não sabe o que Deus significa. A palavra tornou-se sem sentido para
ela. Mas ela pode confiar no terapeuta, ela pode dar a mão ao terapeuta. O
terapeuta está vazio, simplesmente em sintonia com Deus, e a energia começa a
fluir. E esta energia é tão vital, tão rejuvenescedora, que mais cedo ou mais
tarde ela dissolve aquelas muralhas da China em volta do paciente, ele tem um
vislumbre do não-ego. Este vislumbre o faz são e pleno, nada mais o faz são e
pleno.
Portanto,
se o próprio terapeuta é um egoísta, então é impossível. Ambos são
prisioneiros. Sua prisões são diferentes, mas eles não podem ser de grande
ajuda.
Toda
a minha abordagem sobre terapia, é de que o terapeuta tem de tornar-se um
instrumento de Deus. Eu não estou dizendo não saiba o *know-how. Saiba o
know-how! - mas faça este know-how disponível para Deus. Deixe Ele usá-lo.
Aprenda psicoterapia, aprenda todos os tipos de terapias. Saiba tudo o que é
possível saber, mas não se prenda- a isto. Ponha isto lá, deixe Deus estar
disponível através de você. Permita Deus através de todo o seu know-how,
permita a Deus fluir através de seu know-how. Deixe-o ser a fonte da cura e da
terapia. Isto é que é amor. O amor relaxa o outro. O amor dá confiança. ao outro.
O amor banha o outro, cura as suas feridas.