segunda-feira, 1 de setembro de 2014

- 70 dias dos 100diasdeGRATIDÃO – ÓBVIO


ÓBVIO

Neste dia, dos 100 dias de Gratidão, não escreverei poesias. Meditarei apenas o óbvio. 

Por: Lucileyma Carazza

- 70 dias dos 100diasdeGRATIDÃO

“Sempre que você estiver apertado e se perceber sofrendo, a minha sugestão é que você pare por alguns minutos e procure entrar em contato com o seu sofrimento, procurando perguntar o que é que esse sofrimento está querendo lhe dizer. Porque estou sofrendo tanto? Se você quiser ver de verdade, receberá imediatamente a resposta e perceberá como está se relacionando.

Todos os jogos de poder, de manipulação que são para forçar o outro a te amar; esses aspectos da sua personalidade que estão viciados nesse jogo, estão sendo focalizados nesse momento. Quanto mais comprometido, mais você estará recebendo. E receber significa que você vai sentir e visualizar mais intensamente a dimensão da própria miséria. Justamente porque você tem a chance de transformá-la para que possa dar ao outro a liberdade de simplesmente ser e com isso você tem a mesma liberdade de ser. Porque se você é capaz de dar ao outro essa liberdade, inevitavelmente isso vai acordar a confiança e iluminar cada vez mais o puro amor; cada vez mais vai iluminar a compreensão de que aquilo que você busca, não está no outro. Essa prática de deixar o outro ser, acorda a autoconfiança em si mesmo. Estamos nos movendo para este espaço de autoconfiança aonde temos a oportunidade de confiar mais em nós mesmos. E com isso, podemos nos libertar das teias de ilusão que faz com que nos tornemos dependentes e codependentes do outro.

É claro que se trata de uma mudança de paradigma no relacionar-se. Estamos falando de um relacionamento baseado no amor. Então o que proporciona o encontro, o estar junto, é o amor. Porque você está aqui hoje? Você pode encontrar mil razões, mas eu sei que no mais profundo você veio aqui por amor. Você não é obrigado a nada. Eu não estou te ameaçando: “Se você não vier aqui eu vou te amaldiçoar, vou jogar um mantra em você!” (risos) Você vem aqui porque eu te amo e te aceito do jeito que você é. Eu não exijo nada de você. Essa é a forma na qual, em algum momento, você também vai ter que se relacionar com seu namorado, seu marido, sua esposa e seus pais. Eu sinto que essa é mais uma chance de purificar os pontos de medo e ódio do seu sistema; mais uma chance de iluminar a confiança e o amor.

Essa sensação de desespero que tenho visto muitos passar, é por conta do medo de se ver sem esse jogo, porque estão tão identificados com ele e não conseguem se imaginar agindo de outra maneira. Você acredita que se você abrir mão deste eu em você, que age desse jeito, não vai sobrar nada porque você acreditar ser esse eu. Faça essa pergunta com verdade. Se eu abrir mão desse aspecto da minha personalidade será que não vai sobrar nada? Traga cada vez mais para perto, facilite o seu estudo. Você facilita o estudo quando identifica os detalhes dessa manifestação. Por exemplo, você está num conflito dentro de um relacionamento e percebe que o eu que sustenta o conflito, é uma arrogância que é a defesa que ele utiliza para forçar o outro a amar e dar o que você quer.

Estão compreendendo? Eu posso aprofundar um pouco mais. Vamos supor que, num relacionamento íntimo, quando o outro diz não para você (dizer não significa não atender sua expectativa, não fazer do seu jeito, não te dar atenção), a sua defesa é ficar magoado e se retirar ficando indiferente. Quando eu falo não para você, você fica magoado e imediatamente se retira. Claro que num nível mais profundo você está tentando fazer o outro te dar atenção. Você está esperando que o outro venha pedir desculpas e dizer que você é mesmo a pessoa mais importante do mundo. Como é difícil dar o braço a torcer. Porque você aprendeu que, quando se sente ameaçado nesse nível, tem que se fechar e se proteger. Mas, você já está em condições de identificar esse mecanismo; você já conseguiu fotografar essa manifestação do orgulho que faz você ficar indiferente quando o outro diz não. Você fica se remoendo, fingindo que não é com você, mas está dolorido por dentro. Na hora que você fotografa esse aspecto da personalidade e se vê identificado com ele, o que significa que você se tornou ele, nessa hora pergunte: Se eu abrir mão desse aspecto será que não sobra nada mesmo? Será que é só isso que eu sou? Eu sou a indiferença? Na hora em que você faz a pergunta, você já ganha em observação e volta para o centro. Então, você pode escolher abrir mão desse comportamento. Porque, no mais profundo, é uma questão de escolha. É claro que até um determinado estágio você é tomado e é como se você não tivesse escolha. Conforme sua consciência vai se expandindo e você se torna capaz de compreender como isso funciona, você verá que é uma questão de escolha. Mas, não estou dizendo que essa vai ser a escolha mais fácil da sua vida, mas é uma escolha. Talvez seja uma escolha muito difícil porque vai ter que enfrentar sentimentos difíceis. Vai ter que atravessar seu orgulho, sua vontade de se vingar e uma série de defesas. Mas, é uma questão de escolher mesmo. Você quer continuar nesse jogo no qual você já sabe onde vai dar? Esse jogo onde você já sabe onde deu na verdade. Esse lugar é bom? Não é bom. Você reconhece que está amargando no inferno. (risos) Mas, é importante você reconhecer que existe sim uma parte de você que gosta disso. Você aprendeu assim e foi condicionado a sentir prazer negativamente orientado. “Me bate que eu gosto”. “Se você não me rejeitar nenhum pouquinho não tem chance de eu me apaixonar”. É duro, mas é verdade. Infelizmente este condicionamento é muito comum nessa esfera, nos seres que encarnaram nesta fase da vida. A pessoa vem com o coração aberto, você ignora. Se a pessoa te desdenha, você se apaixona.

É isso que está sendo modificado. Essa freqüência está mudando no planeta. Quanto mais consciente você está disso, o quanto mais disposto você está para realizar esta mudança, claro que vai ser mais fácil. Se você está disposto a transitar do prazer negativamente orientado para o prazer positivamente orientado vai ser mais fácil. Mas, eu sei que nem sempre é possível conscientemente escolher querer transitar para o positivo. Tudo isso depende da dimensão do condicionamento e do tanto que ele está arraigado no seu sistema. Mas, é esse ponto que está sendo trabalhado.

Eu sinto que espiritualidade é expandir no amor, na confiança. Expandir em liberdade. Mas, para isso, se faz necessário que você realmente possa exercitar o perdão. Por isso eu volto nesse assunto que é uma recorrência. Eu sei a necessidade de usar o método da contumácia que é repetir a mesma coisa muitas vezes até que uma hora entra. (risos)

Por exemplo, você me pergunta: “Eu odeio minha mãe, como me livro dela?”

Você só se livra dela amando ela. A sua única saída é entrar e ir até o fim. Essa é sua única saída. A única. Mas, eu compreendo o seu momento. Eu sei que é difícil mesmo. Você quer pular no pescoço dela, eu entendo. Daqui a pouco você vai querer pular no meu porque estou mandando você amá-la. (risos)”


Prem Baba