ÓBVIO
Neste dia, dos 100 dias de Gratidão, não
escreverei poesias. Meditarei apenas o óbvio.
Por:
Lucileyma Carazza
- 70
dias dos 100diasdeGRATIDÃO
“Sempre que você estiver apertado e se
perceber sofrendo, a minha sugestão é que você pare por alguns minutos e
procure entrar em contato com o seu sofrimento, procurando perguntar o que é
que esse sofrimento está querendo lhe dizer. Porque estou sofrendo tanto? Se
você quiser ver de verdade, receberá imediatamente a resposta e perceberá como
está se relacionando.
Todos os jogos de poder, de manipulação que
são para forçar o outro a te amar; esses aspectos da sua personalidade que
estão viciados nesse jogo, estão sendo focalizados nesse momento. Quanto mais
comprometido, mais você estará recebendo. E receber significa que você vai
sentir e visualizar mais intensamente a dimensão da própria miséria. Justamente
porque você tem a chance de transformá-la para que possa dar ao outro a
liberdade de simplesmente ser e com isso você tem a mesma liberdade de ser.
Porque se você é capaz de dar ao outro essa liberdade, inevitavelmente isso vai
acordar a confiança e iluminar cada vez mais o puro amor; cada vez mais vai
iluminar a compreensão de que aquilo que você busca, não está no outro. Essa
prática de deixar o outro ser, acorda a autoconfiança em si mesmo. Estamos nos
movendo para este espaço de autoconfiança aonde temos a oportunidade de confiar
mais em nós mesmos. E com isso, podemos nos libertar das teias de ilusão que
faz com que nos tornemos dependentes e codependentes do outro.
É claro que se trata de uma mudança de
paradigma no relacionar-se. Estamos falando de um relacionamento baseado no
amor. Então o que proporciona o encontro, o estar junto, é o amor. Porque você
está aqui hoje? Você pode encontrar mil razões, mas eu sei que no mais profundo
você veio aqui por amor. Você não é obrigado a nada. Eu não estou te ameaçando:
“Se você não vier aqui eu vou te amaldiçoar, vou jogar um mantra em você!”
(risos) Você vem aqui porque eu te amo e te aceito do jeito que você é. Eu não
exijo nada de você. Essa é a forma na qual, em algum momento, você também vai
ter que se relacionar com seu namorado, seu marido, sua esposa e seus pais. Eu
sinto que essa é mais uma chance de purificar os pontos de medo e ódio do seu
sistema; mais uma chance de iluminar a confiança e o amor.
Essa sensação de desespero que tenho visto
muitos passar, é por conta do medo de se ver sem esse jogo, porque estão tão
identificados com ele e não conseguem se imaginar agindo de outra maneira. Você
acredita que se você abrir mão deste eu em você, que age desse jeito, não vai
sobrar nada porque você acreditar ser esse eu. Faça essa pergunta com verdade.
Se eu abrir mão desse aspecto da minha personalidade será que não vai sobrar
nada? Traga cada vez mais para perto, facilite o seu estudo. Você facilita o
estudo quando identifica os detalhes dessa manifestação. Por exemplo, você está
num conflito dentro de um relacionamento e percebe que o eu que sustenta o
conflito, é uma arrogância que é a defesa que ele utiliza para forçar o outro a
amar e dar o que você quer.
Estão
compreendendo? Eu posso aprofundar um pouco mais. Vamos supor que, num
relacionamento íntimo, quando o outro diz não para você (dizer não significa
não atender sua expectativa, não fazer do seu jeito, não te dar atenção), a sua
defesa é ficar magoado e se retirar ficando indiferente. Quando eu falo não
para você, você fica magoado e imediatamente se retira. Claro que num nível
mais profundo você está tentando fazer o outro te dar atenção. Você está esperando
que o outro venha pedir desculpas e dizer que você é mesmo a pessoa mais
importante do mundo. Como é difícil dar o braço a torcer. Porque você aprendeu
que, quando se sente ameaçado nesse nível, tem que se fechar e se proteger.
Mas, você já está em condições de identificar esse mecanismo; você já conseguiu
fotografar essa manifestação do orgulho que faz você ficar indiferente quando o
outro diz não. Você fica se remoendo, fingindo que não é com você, mas está
dolorido por dentro. Na hora que você fotografa esse aspecto da personalidade e
se vê identificado com ele, o que significa que você se tornou ele, nessa hora
pergunte: Se eu abrir mão desse aspecto será que não sobra nada mesmo? Será que
é só isso que eu sou? Eu sou a indiferença? Na hora em que você faz a pergunta,
você já ganha em observação e volta para o centro. Então, você pode escolher
abrir mão desse comportamento. Porque, no mais profundo, é uma questão de
escolha. É claro que até um determinado estágio você é tomado e é como se você
não tivesse escolha. Conforme sua consciência vai se expandindo e você se torna
capaz de compreender como isso funciona, você verá que é uma questão de
escolha. Mas, não estou dizendo que essa vai ser a escolha mais fácil da sua
vida, mas é uma escolha. Talvez seja uma escolha muito difícil porque vai ter
que enfrentar sentimentos difíceis. Vai ter que atravessar seu orgulho, sua
vontade de se vingar e uma série de defesas. Mas, é uma questão de escolher
mesmo. Você quer continuar nesse jogo no qual você já sabe onde vai dar? Esse
jogo onde você já sabe onde deu na verdade. Esse lugar é bom? Não é bom. Você
reconhece que está amargando no inferno. (risos) Mas, é importante você
reconhecer que existe sim uma parte de você que gosta disso. Você aprendeu
assim e foi condicionado a sentir prazer negativamente orientado. “Me bate que
eu gosto”. “Se você não me rejeitar nenhum pouquinho não tem chance de eu me
apaixonar”. É duro, mas é verdade. Infelizmente este condicionamento é muito
comum nessa esfera, nos seres que encarnaram nesta fase da vida. A pessoa vem
com o coração aberto, você ignora. Se a pessoa te desdenha, você se apaixona.
É isso que está sendo modificado. Essa
freqüência está mudando no planeta. Quanto mais consciente você está disso, o
quanto mais disposto você está para realizar esta mudança, claro que vai ser
mais fácil. Se você está disposto a transitar do prazer negativamente orientado
para o prazer positivamente orientado vai ser mais fácil. Mas, eu sei que nem
sempre é possível conscientemente escolher querer transitar para o positivo.
Tudo isso depende da dimensão do condicionamento e do tanto que ele está
arraigado no seu sistema. Mas, é esse ponto que está sendo trabalhado.
Eu sinto que espiritualidade é expandir no
amor, na confiança. Expandir em liberdade. Mas, para isso, se faz necessário
que você realmente possa exercitar o perdão. Por isso eu volto nesse assunto
que é uma recorrência. Eu sei a necessidade de usar o método da contumácia que
é repetir a mesma coisa muitas vezes até que uma hora entra. (risos)
Por exemplo, você me pergunta: “Eu odeio
minha mãe, como me livro dela?”
Você só se livra dela amando ela. A sua
única saída é entrar e ir até o fim. Essa é sua única saída. A única. Mas, eu
compreendo o seu momento. Eu sei que é difícil mesmo. Você quer pular no
pescoço dela, eu entendo. Daqui a pouco você vai querer pular no meu porque
estou mandando você amá-la. (risos)”
Prem
Baba