Eu sou eu, você é você
Publicado em 11/09/2014 por Paula Jácome
“Eu
sou eu, você é você. Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas. Eu sou
eu, você é você. Não estou neste mundo para viver de acordo com as suas
expectativas. E nem você o está para viver de acordo com as minhas. Eu sou eu,
você é você. Se por acaso nos encontrarmos, é lindo. Se não, não há o que
fazer.” Fritz Perls, 1969
A gente tem essa ideia louca de que só é
amado se atender às expectativas dos outros, de que a gente tem que ser isso ou
aquilo, ou fazer isso ou aquilo outro pra conseguir ou manter o amor de alguém
por nós. Talvez um resquício da educação infantil em que o humor da mamãe e/ou
do papai dependia do meu bom comportamento.
“Se você fizer isso vou ficar triste”, “Fico
de mal de você se não fizer aquilo”…
O amor que sinto por você vai acabar se você
não for perfeito, bem sucedido, diferente, especial, esperto, inteligente,
bonito… E por isso a gente passa a vida toda buscando viver uma realidade que
não é a nossa pra atender ao que querem de nós… Além de ser triste, desperdiçar
a experiência de experimentar o que eu quero da vida, eu fico até um pouco
brava com isso.
Fico imaginando o tanto de problema, o
tamanho da infelicidade que isso nos causa. E o tamanho da loucura que essa
ideia louca (repeti louca de propósito, que isso causa no mundo) A gente
aprende a viver sem sentir a vida, porque se a gente sente, não aguenta.
Precisa tomar 20 antidepressivos pra amortecer a saudade que estamos sentindo
de ser a gente mesmo.
E, sabe… O amor está no encontro, só no
encontro. No sorriso, nas lágrimas, no silêncio, na suavidade, na alegria, na
tristeza, no paradoxo, em estar ao lado, só isso, só estar ao lado… E ele
acontece quando tem que acontecer, quando existe realmente algo pra se
encontrar. E o encontro só acontece realmente quando estou sendo eu mesmo
diante do outro. E, muitas vezes o que eu faço ou deixo de fazer é diferente do
que você pensa que é bom, do que é certo, do que é legal, mas a verdade, é que
o que eu faço, ou digo, não sou eu. Eu sou só a minha presença, um estar aqui.
Enquanto você está aí. E certamente, quando estivermos em relação algo vai me
incomodar em você, e você se incomodará comigo, mas isso é só o nosso medo. A
vontade de levar a vida de um jeito só.