ANOITECER
Esbraseia
o Ocidente na agonia
O
sol... Aves em bandos destacados,
Por
céus de ouro e púrpura raiados,
Fogem...
Fecha-se a pálpebra do dia...
Delineiam-se
além da serranja
Os
vértices de chamas aureolados,
E em
tudo, em torno, esbatem derramados
Uns
tons suaves de melancolia.
Um
mudo de vapores no ar flutua...
Como
uma informe nódoa avulta e cresce
A
sombra à proporção que a luz recua.
A
natureza apática esmaece...
Pouco
a pouco, entre as árvores, a lua
Surge
trêmula, trêmula.... Anoitece.
Raimundo
Correa