sexta-feira, 12 de julho de 2024

PREFIRO ESTAR, OU SER...

 

PREFIRO ESTAR, OU SER...

 


Observando o cotidiano, críticas, cobranças, julgamentos, falhas e feridas fico a pensar... onde eu estava que parei de ser novamente? Entorpecida em psicotrópicos, álcool, com preguiça física, intelectual, de gente e lugares? Com preguiça de pegar o carro e sair sem rumo entregue a menos esperança? Aonde eu me perdi? Fugindo constantemente para um lar em solitude?

Pensei que o copo estava cheio e limpo, mas, contudo, porém e portanto, me perdi em um ciclo muito antigo de vivencias atuais e passadas...

E que ciclo é este? Que corri, fiz tratamento, pedi perdão, reverenciei e achei que estava superado?

Me propus a ser um ser humano melhor. Perdoei o passado e recomeço todos os dias em retidão, observo, agradeço, sou a melhor possível dentro das minhas limitações e imperfeições. Destaco que ainda sou o meu maior algoz.

Me afundo novamente em um buraco de lama. Que ciclo vicioso é este? Que volto às mesmas dores, expiações e provas? Pleonasmo aqui é mato. A gargalhada havia desaparecido e volta como uma máscara. Não se engane com esta mansidão, com este choro e a paz disfarçada... são apenas pressupostos da ira, da raiva e da tosse seca da alma.

Pensei que havia me libertado, dado um salto quântico ou sofrido uma catarse, fato é que, tudo aquilo que menosprezei, ignorei e achei que estava curado em mim voltam a tona como uma explosão de um vulcão adormecido.

Me questiono, procuro respostas e me encontro paralisada. A exaustão emocional é a pior. O assédio ligado ao fracasso de não ser a melhor, rodeada de críticas realizadas por olhares julgadores de uma sociedade caótica, materialista, mesquinha e mal resolvida. Nem vou mencionar a decepção que sinto em mim.

Sinto vontade de gritar: estamos em ebulição global e ainda não aprendemos nada. Não aprendemos sequer a amar e a respeitar.

Vamos então pedir ajuda ao Santo Confúcio, que tanto me inspirou e me colocou nesta confusão toda... sim, a culpa é do Confúcio, neste momento preciso colocar a culpa em alguém e me fazer de coitada. Jamais teria me tornado a mulher que sou sem ele. Largado o ofício da justiça para o ofício da educação, na ilusão de formar pessoas melhores. Fui ingênua. Muito ingênua!

Me deparo com o meu passado, me liberto e solto um sorriso:

 

CANSEI

 

Tanto, que resolvi tomar uma atitude:

Decidi libertar todas as chagas da minha alma.
Optei em deixar o fluxo seguir adiante,
Não quero mais sustentar rótulos e opiniões.
Jamais abrirei mão da minha essência por medo.
Serei sempre amorosa!
Mesmo que ninguém compreenda,
Mesmo que me sinta uma idiota.
É que o desconforto da amorosidade
É muito menor que o da guerra,
Da vaidade, do ciúme, da maledicência e da ira.
O tal do julgamento abandonei em água podre
Para que ele se transforme em Flor de Lótus.
Troquei a ansiedade pela paciência.
Serei gentil dentro do impossível,
Amiga, acolhedora e semearei corações.
Os obstáculos serão apenas dificuldades momentâneas
Abdico das reclamações, insatisfações e frustrações.
Reverencio as dificuldades
Acolho a minha dor e o aprendizado
Perdoo as minhas falhas,
Revejo o padrão e recomeço.
Decidi parar de querer  porque eu sou
Centelha divina disposta a amar.

Por: Lucileyma Rocha Louzada Carazza, em 24/11/2013

 

É apenas um ciclo. Na lama, no brejo, ou no fundo do poço... sempre serei como a Flor de Lótus...

Perdoe, aceite, silencie, siga adiante e estonteante.

 

Por: Lucileyma Carazza