segunda-feira, 28 de julho de 2025

 



Bom, não sei como começar escrever sobre este assunto, mas é necessário.

Em Gestalt aprendemos que fechar ciclos significa dar um fim a experiências inacabadas ou situações que estão impedindo o indivíduo de viver o presente de forma plena. Se não fechamos este ciclo acaba que perdemos muita energia, revivendo o que já foi vivido. Precisamos encerrar experiências, estar no presente e encerrar situações que nos consomem energias por estarem inacabadas ou em processo de cicatrização/digestão emocional.

Este blog se deve ao foto de uma menina/mulher que tinha muita raiva, dores e questões pessoais que precisavam ser revistas, mas esta moça não sabia muito bem por onde começar.

Comecei por um blog, ninguém me conhecia e poderia dizer o que quisesse, e assim, foram os meus primeiros passos.

A posteriori conheci um grupo de amigas que estavam voltadas para o autoconhecimento e decidiram reunir-se semanalmente para debatermos sobre o assunto, nos autodenominávamos “As mais legais”, foi o início da minha jornada, agradeço do fundo da alma a Paula.

Neste sentido comecei a frequentar a Casa da Esperança, que é um lugar onde todos são loucos e gente feliz não incomoda ninguém. Agradeço do fundo da alma a Tia Lucia, você foi luz na minha vida.

E nesta jornada escrevi minhas experiências, desenvolvi poemas, mas ninguém sabia, apesar de serem públicas.

Com o tempo, conheci a casa Caminheiros de Jesus e decidi estudar as religiões do mundo, assim como adentrar de peito aberto em busca do autoconhecimento. Agradeço Tia Clara (in memoriam), Sr. Serafim (in memoriam), Graça, Renatinha e tantos outros.

O mais fantástico nesta jornada foi quando juntei com um grupo de amigas e abrimos uma página no Facebook que se chamava: Mulheres que correm com os Lobos, chegamos a alcançar um público com mais de 300.000 participantes. A partir deste momento a poesia tornou-se magia, a competição por curtidas, as discussões construtivas ou não, tudo era novidade. Juliana a fundadora, que infelizmente sofreu com o crime de feminicídio... me ensinou tanto sobre a mulher selvagem, descrita por Clarissa Pikola Ester. A página chamava: MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS, e desta experiência tenho a agradecer a Juliana, Bruna, Rose (maravilhosa a mais talentosa de todas). A página infelizmente foi retirada do ar por decisão da família da Juliana.

Nunca mais parei de ler, estudar e escrever: Jung, Freud, Tao, Bert Herliinger, Naranjo, Chico Xavier, Jesus, Confúcio, Gandhi, Buda e outros... as religiões antigas, atuais e primitivas... filosofia e sociologia eram as grandes estrelas do meu dia.

Hoje, venho por meio desta comunicar que este ofício, o da escrita está sendo encerrado. É um ciclo que preciso fechar para que a energia se transforme.

A todos a minha Gratidão.

O Blog continuará no ar. Mas não escreverei mais.

Resolvi dar um tempo das redes sociais, pois se tornou um ambiente insalubre (para mim), sinto falta de olhar nos olhos, bater um bom papo e curtir uma boa gargalhada, no mais...

Tenho que agradecer a tanta gente que não vou me dar a esse luxo de citar um por um para não esquecer de ninguém. Agradeço a Ana que produziu meu primeiro livro.

Em maio de 2010 comecei a escrever, e hoje 28/07/2025 me despeço. Foram mais de 200 mil acessos com o alcance de mais de 25 países.

Escrever para mim tornou-se exaustivo, deixou de ser prazeroso. Revivencio ciclos que não necessitam mais serem cutucados, remexidos e discutidos, porque no fundo... SOMOS TODOS UM.

Desejo do fundo do coração que todos um dia consigam sentir de fato o que é ser GENTE FELIZ QUE NÃO INCOMODA NINGUÉM.

 

Beijo no coração! Lucileyma Carazza



 

quarta-feira, 23 de julho de 2025

UMA COISA

 

UMA COISA

 

Somos o que somos, e talvez, os julgamentos, só nos causam mais stress e angústias, que aos meus olhos são desnecessários. Parece que relaxar e deixar fluir é algo que não merece ser vivenciado.

Venho ralando o meu ego de todas as maneiras possíveis para me tornar uma pessoa melhor, mas em alguns aspectos continuo torta e estragada... extremamente estragada, a imperfeição está em mim.

Com o tempo aprendemos na dor ou no amor que somos responsáveis por nossas escolhas e não há como transferir esta responsabilidade. A culpa é apenas uma palavra, e não, uma emoção. A culpa jamais será algo que cause angústia no meu peito, pois, ando em retidão, talvez, o arrependimento me cause angústia ainda... mas me pergunto: se não me arriscar como saberei se a experiência foi boa ou ruim? No fundo apenas suspiro e mentalizo: fiz o meu melhor dentro das minhas limitações.

Como mulher, responsabilidades me foram impostas sempre. Aos 12 anos já trabalhava, aos 15 viajava sozinha em virtude do trabalho que me fora imposto... para a minha família eu tinha responsabilidade para trabalhar e viajar sozinha para fazer compras para uma loja com vários talões de cheque assinados em branco na bolsa... mas eu não podia ir ao cinema sozinha, eu não podia ir a lugar algum...

Não reclamo da educação que tive, que fora extremamente rigorosa. Tinha que andar no limite da perfeição e daí por diante não foi muito diferente. Até os 26 anos só vivi para agradar o ego da minha família; o que eu sentia ou pensava era ignorado, e eu, não queria causar frustração alguma aos meus pais, irmãos, amigos e outros... Aos 33 anos morri... aos 38, por exaustão saí de perto daquilo que eu não conseguia mudar e conquistar. Não mudaria o padrão da minha família e nem conquistaria a paz de espírito e um pouco de liberdade que almejava.

Não confunda liberdade com libertinagem, muito menos imagine que ser livre é fazer o que se quer. Ser livre está intrinsicamente ligada ao comprometimento, a responsabilidade e com a leveza da sua alma. Ser livre é estar em paz consigo mesmo e ter o discernimento de acolher e conviver com os maus entendidos da vida e não se envergonhar. Ser livre é ser ético e seguir em retidão, mesmo estando com um coração dilacerado por ter sido desmerecida por ser quem você é.

Estranha essa percepção do quanto vivi para agradar e o quanto fui impedida de viver para agradar as pessoas que eu mais amei... dói assumir o quanto isso me limitou, me bloqueou, me feriu e me paralisou.

Vivo num limbo e sofro com isto. Vou dizer, que, quando morri, escolhi viver em solitude e aprendi a viver assim. Neste sentido, vivo sem perturbar a vida de ninguém, pelo contrário, sou aquela que é sempre lembrada em uma dificuldade, mas sempre esquecida para uma festa.

E este textão descabido que não sei direito sobre o que é em se tratando de emoção ou fatos do cotidiano se deu em virtude da pessoa que me tornei.

Sempre quando estou muito feliz penso: vem uma pancada  aí; e ela sempre vem... outro pensamento que sempre me ocorre é quando conheço alguém que talvez possa me agregar vivências... olho e sempre me pergunto: O que este daí vai me tirar, melhor dizer: ensinar...

Não se engane no seu julgamento: uma gargalhada alta, um ato de leviandade ou libertinagem, um cabelo verde e dançar no meu meio do supermercado ao ouvir uma música que eu goste não revela de fato quem eu sou...

A solitude não é sinônimo de irresponsabilidade, e sim, de responsabilidade. Os riscos são altamente calculados.

Talvez este texto seja apenas o devaneio de uma mulher de meia idade que  perdeu a sua solitude e encarou a solidão. Uma mulher que resolveu viver e se arriscar pouquinho... Mas confesso que já bateu o arrependimento, o sorriso deu lugar às lágrimas e me lembrei da solitude, estar em solitude é uma zona de conforto extremamente confortável e talvez lá, continue sendo o meu lugar.

Um colo pode te curar de várias feridas, te fazer dormir... é a afetuosidade que te faz liberar ocitocina... uma mulher exausta não tem como entregar o seu colo porque talvez ela nunca tenha tido um.

Os puxões de orelhas nos fazem refletir... humildemente agradeço e reverencio. No alto daquela colina, diante daquele cruzeiro e daquela paisagem exuberante, agradeci o que tenho, o que sou e pela primeira vez na minha vida pedi ao Universo que me proporcionasse uma relação sadia com um homem honrado.

 

Por: Lucileyma Carazza

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

QUEBRADA



QUEBRADA

 

Exposições aleatórias são disfarces

Só é visto o permitido

Talvez apenas você veja, ou não...

A internet é um terreno baldio

A tecnologia é como mágica

Ilusões são criadas com maestria...

Quem diria que estariam interligadas:

Tecnologia e magia...

Sou esperta demais e é aí que emburreço

Nada supera ou cola a dor da alma

Tento silenciar e não consigo

A solitude me abandonou e vivo em solidão...

Estou sentenciada pelas escolhas.

Desequilíbrios e angústias são eminentes

Julgamentos e cobranças, sou meu algoz.

Falta de valorização ou amor próprio?

Uma carcaça cansada

Apta e entregue a menos esperança

Estava protegida entre suas “Gárgulas”

Dormia em plenitude

E agora?

Estou perdida e não me reconecto.

Ando como um cão sem dono

E não encontro o que procuro.

Traz a camisa de força

Estou como um vulcão

Não sei até quando vou aguentar...

Dominar a raiva

Me perdoar e seguir cicatrizada.

Ainda não superei...

 

 Por: Lucileyma Carazza

 

 

 

 


sexta-feira, 4 de julho de 2025

ASTRAL

 


ASTRAL

 

Pedi tanto, supliquei

Pacifiquei a alma, equilibrei

Pedi tanto, supliquei

Aceitei, entreguei

Pedi tanto, supliquei

Protegida, dormia

Pedi tanto, supliquei

Me senti amada!

Pedi tanto, supliquei

Enquadrei, tédio...

Pedi tanto, supliquei

Não me submeto, agonizei...

Pedi tanto, supliquei

Tá bom!

Pedi tanto, supliquei

Resisti, respirei

Pedi tanto, supliquei

Afoguei, apavorei

Pedi tanto, supliquei

Acelerei, insônia

Pedi tanto, supliquei

A tosse seca da alma me visita

Pedi tanto, supliquei

Cansei, libertei

Pedi tanto, supliquei

Abracei a sombra

Pedi tanto, supliquei

Morri, embriaguei no inferno!

 

Por: Lucileyma Carazza

 

 

 


quinta-feira, 3 de julho de 2025

RELAÇÕES INTERPESSOAIS


 

RELAÇÕES INTERPESSOAIS


Responsabilizo por tudo que acontece! Tenho por princípio a Oração Gestalt, que inicia-se dizendo o seguinte: “Eu sou eu, você é você. Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas”, simples assim. Outro princípio que carrego tatuado na alma é que: “Gente feliz não incomoda ninguém”.

A maneira como avalio o próximo diz mais sobre mim do que o outro. A maneira como sou julgada, também diz mais sobre mim do que o outro. Escolho não ser reativa. Silencio... e tudo se resolve com clareza e sem esforço.

- Existe angustia? Tristeza? – Existe! Faz parte!

Na atual sociedade provinciana, demagoga, hipócrita, trovadoresca e machista a qual faço parte não me enquadro nos padrões estabelecidos. E para mim está tudo ótimo.

Só faço parte daquilo que sinto pertencimento e que de fato me sinta bem. A minha briga diária é com a minha saúde mental, e principalmente, me silenciar diante dos infames que acontecem, sejam eles previsíveis ou não, jutos ou injustos...

Morro diariamente por seguir em retidão e não abrir mão de quem eu sou. Já morri tantas vezes e o renascimento aflora. Quando partimos para o autoconhecimento e nos dispomos a trabalhar o nosso lado negro passamos por provas e expiações diárias, enxergamos o mundo com outros olhos e a amorosidade reina, esta, muitas das vezes incompreendida.

Ainda caio em ciclos viciosos que precisam ser revistos, curados e reverenciados. A dualidade existe no humano. O bem e o mal existe em mim e tudo depende das minhas escolhas. NÃO SOU PERFEITA! Sou centelha divina, sou solo sagrado e não adianta jogar o seu lixo!

Já devo ter escrito sobre isto milhares de vezes, mas, hoje, é justamente isto que me vem à cabeça, por mais que pareça estranho aos olhos dos julgamentos alheios que se colocam em situação de perfeição...

Vivencio aprendizados dos quais sou submetida na marra! O que os outros imaginam de mim ou pensam, não me interessa. Simples assim. Sou o meu maior algoz! Como diz o poeta contemporâneo lindíssimo e apaixonante: Xamã “Sou Wolverine e também tô Dente de Sabre... Se tudo der errado é só voltar pro início, dilemas de mim” ...

Escolha e autorresponsabilidade esse é o legado.

Andar em retidão cumprir com as  obrigações sendo a melhor dentro das  limitações, saber quem eu sou... Ser ética, íntegra e leal. Dar gargalhadas absurdas de tudo, ter uma vida simples e minimalista, ser até leviana, mas livre. Tá! Como diz a outra douta poeta contemporânea Lou Garcia:  Eu sei, eu sei, eu sei... Não funcionou porque fui eu quem não quis...

Poetas são loucos, românticos e sábios... talvez tenha me transformado naquilo que mais temia: a velha louca do rolê. E estou simplesmente amando!

Prolixa com relação aos textos, mas isso tudo é só para te lembrar que amar o próximo é o mais importante, perdoar, transbordar em compaixão e deixar fluir livremente mesmo estando quebrado é o mais apropriado. Respire e suspire... a cura parte da respiração... quando deixamos de respirar deixamos de sentir...

O autoconhecimento mata o seu ego e te permite escolhas. Escolho amar! Amo dentro das minhas limitações e não julgo, muito menos cobro... Cada ser possui a sua experiência.

- O amor que sinto? - Dedico até para os infelizes que me traíram, me ludibriaram, me excluíram, que foram cruéis, que almejaram apenas o meu corpo, que acham que me enganam... Quanto ao amor romântico, sinto a lembrança saudosa no meu coração.  “Stalkear” e sentir felicidade com a realidade do outro é plausível, respeitoso e delicioso.

Quando respiramos com consciência a verdade aparece sem ser dita e não dá para explicar para quem possui um conceito pré-estabelecido sobre amor próprio, tendo em vista que o amor que sentimos e como direcionamos este amor é uma escolha, assim como a felicidade...

Escolho amar, na contramão de uma sociedade que não aceita ser amada,  porque estão todos enraizados em pensamentos rudes e ultrapassados.

Escolho amar a todos que passaram pela minha vida e os deixo livre. É mais fácil... guerras, cobranças, desordens, traições, bate boca... saco... tenho preguiça... no mais, a falta de empatia ocorre em pessoas que estão emocionalmente feridas, fazendo pirraça para o mundo e brincando de viver feliz...

Simples assim... AME E DEIXE LIVRE...

AMAR não é distintivo de POSSE!

O destino vai chegar sem esforço... sem jogos, ameaças, histeria, cobranças e dores de cabeça... o passado diz tudo, VIVA o presente com a consciência que o futuro será o reflexo.

Por: Lucileyma Carazza

Lou Garcia - Não Fosse Tão Tarde https://www.youtube.com/watch?v=jd00enZSNFc

Xamã - Dualidade | Prod. $amuka e Ramon Calixto (Fragmentado) - https://www.youtube.com/watch?v=Xb514N_uE6s


sexta-feira, 27 de junho de 2025

ROMÂNTICA

 

ROMÂNTICA

Fomentando cada migalha do meu ser... sou movida a poesia, e, infelizmente poucos sabem ler, interpretar, ou simplesmente sentir. Esta “douta” poeta que vos fala tem um único propósito: o de inspirar.

Inspire, respire, suspire, sorria, gargalhe, dance, deseje a todos um bom dia maravilhoso, se preocupe, cuide de você, dos que você ama e até mesmo dos desconhecidos, seja livre e principalmente leve.

Nunca confunda liberdade com libertinagem, muito menos imagine que ser livre é fazer o que se quer. Ser livre está intrinsicamente ligada ao comprometimento, a responsabilidade e com a leveza da sua alma. Ser livre é estar em paz consigo mesmo e ter o discernimento de acolher e conviver com os maus entendidos da vida e não se envergonhar. Ser livre é ser ético e seguir em retidão, mesmo estando com um coração dilacerado por ter sido humilhada por ser quem você é, e não, o que os outros almejam que tu seja.

Como mulher vos digo, todos tentaram me moldar ou me modificar.

Minha mãe prendia o meu cabelo de uma maneira que não podia ficar um fio fora do lugar, me colocava uma roupa branca de marinheira e saía desfilando comigo na segunda cidade mais poluída do Brasil, pelo menos na época. O Vale do Aço perdia apenas para Cubatão em se tratando de poluição atmosférica... e eu? Não podia sujar a roupa, mas eu ia para rua brincar nas pracinhas e voltava toda encardida. Gostava de carrinho de rolimã, ir para a beira do Rio Doce escondida para ver se via onça pintada, amava ir ao bicicross, andar de kart, soltar pipa, brincar de ferrorama e autorama, buscar boi no pasto, cavalgar como uma louca, vivia no clube nadando e apostando com os meninos quem era o mais rápido ou quem tinha mais folego (meu cabelo ficava verde de cloro). Odiava brincar de casinha e ser a moça boa e perfeita da família. Lembro dos castigos, das quedas, dos ralados e são tantas cicatrizes que até perdi a conta, mas todas as vezes que as olho sinto uma lembrança aconchegante.

Meu pai era o Peter Pan, o “bom vivant”, o boêmio que ia de bar em bar. Era aquele que sentia um ciúme “sine qua non” da filhinha dele. Ele me ensinou que homens não prestam por serem volúveis, que eu nunca poderia aceitar que qualquer homem pagasse alguma coisa para mim, e ainda, dizia sempre: “jamais confie num homem”. Lembro da primeira vez que ele me levou em uma boate. Cristo tem poder! Ele jogou um bolo de dinheiro no meu colo, disse que se eu quisesse beber era para beber com o meu dinheiro e que as duas da madrugada me buscaria. Quebrava os telefones fixos e implicava com os meus amigos que iam na minha casa me ensinar matemática e física. Me mandava tirar o batom e a saia curta. A primeira vez que ele me viu de salto alto andando pelo corredor de tábua corrida da casa quase enfartou. Eu não tirei os saltos e saí. Ele me mostrou que nem ele me modificaria. Para ficar livre da mordaça que ele insistia em me colocar resolvi trabalhar e ganhar o meu próprio dinheiro.

A parte mais fantástica da vida da minha infância e da adolescência foram os meus irmãos mais novos. Tinha que cuidar deles e ser exemplo.  Estes quase conseguiram me polir por um tempo. Como dançava jazz sempre tive os ouvidos apurados para a música, aos doze anos conheci Guns’n Roses e o heavy metal, aos 16 já bebia e a virgindade vou deixar para outro texto... meu irmão é mais novo que eu três anos, por causa dele eu deixei de fazer muita coisa porque os olhos dele de censura me cortava como uma lamina samuray. Ele se tornou músico e virou amigo dos meus amigos que eram todos metaleiros, afastei de alguns amigos porque não queria envergonhar meu irmão, queria deixar ele viver a vida dele. Mas a vingança é um prato que se come frio, aos dezoito anos, já dirigia e levei ele e mais cinco amigos para um lugar um tanto curioso para uma mulher que tinha que ser exemplo. Levei-os para zona, no bairro do subúrbio Fabricianense, que se chamava “Mineirinho”. Ele me odeia até hoje por isso, mas os amigos dele, nem tanto... Minha irmã mais nova nunca me deixou aproximar, talvez meus olhos fora a censura que eu sentia e acabei transmitindo para ela de alguma maneira inconsciente. Como queria ser sua amiga. Na verdade queria protegê-la do mundo... na atualidade sequer conversamos cordialmente, o silêncio impera e ela sempre me diz que sou igual ao Pequeno Príncipe no País das Maravilhas correndo com os lobos.

O primeiro namorado um tédio! Eu tinha que ser a mulher imaculada que tanto odiava. O segundo, foi o amor da minha vida, esse eu reverencio, me ensinou a ser mulher, fizemos todas as aventuras possíveis e impossíveis que estavam ao nosso alcance. Terminei com ele porque queria viver as minhas próprias experiências sem interferência. Hoje quando ouço Ana Castela cantando: “Ê, saudade que toma, que toma; Que toma conta de mim; que não me dá remorso, nem raiva nem ódio, dá pena do fim”... é dele que eu lembro com muito amor no coração. O terceiro namorado eu casei, para não dizer “caguei”; já tinha feito todas as maluquices que eu queria fazer. Ele com o mesmo arquétipo de Peter Pan igual ao do papai. Tocador de viola caipira, um boêmio e estelionatário. Casei na igreja de branco e com festa porque o papai quis. União matrimonial abençoada pelo Clero que durou apenas seis meses... Graças a Deus e amém! Porque se ele não fosse estelionatário seria mais difícil divorciar... depois... foram vários namorados, fui pedida em casamento várias vezes e neguei todas, já havia decidido: não sei viver presa e amordaçada para atender a expectativa de alguém, talvez eu seja egoísta, mas uma coisa vos digo, quando um homem te pede em casamento e você diz: “Vamos namorar por mais um tempo, eu prefiro assim, por enquanto.” Eles terminam o relacionamento que eles queriam para o resto da vida na velocidade da luz.

Na atualidade, não sei o que esperar de um relacionamento. Odeio dormir de conchinha e aos cinquenta anos não espere que eu seja a mulher difícil, porque eu sou a dificílima, mas sei ser a fácil quando eu desejo. Personalidade forte e uma sobrevivente.

Sobrevivente aos algozes mãos brancas do sistema araponga. Sobrevivente aos homens que me assediariam sexualmente, moralmente, materialmente e principalmente emocionalmente. Sobrevivente daqueles que me chamam de mal-educada por ser autêntica. Sobrevivente daqueles que me chamam de louca! Sobrevivente das quedas, das batidas, das alergias, da asma que é a alma esperneando em dor, das situações de perigo imprevistas. Sobrevivente dos olhares das mulheres que me odeiam pela minha personalidade e das que me julgam incapaz de sentir amor porque eu não tive filhos.  Sobrevivente das exclusões cotidianas. – Sim! Uma mulher como eu é sempre excluída e nunca benquista.

Vivo num limbo onde não pertenço a nada e nem a ninguém. Não tenho raiz! Sou como o oceano. É com o mar que eu sinto a paz no sentido literal da palavra, é ele que me cura.

Como professora de Literatura, trabalhando a Terceira Geração do Romantismo no Brasil com os alunos do segundo ano do Ensino Médio, deparei-me com a seguinte pergunta: - Professora, a Senhora é romântica? Claro que gargalhei e respondi com ironia. – Sim! Sou um tipo 4, sexual do Eneagrama, meu signo é Escorpião e possuo a “persona” mais sombria e detestável do Planeta Terra.  Eles vão ter que pesquisar o que é o Eneagrama. O mais genial de ser professora é que você pode ser surpreendida com a frase no final do trabalho sobre Romantismo: “Como dizia minha ex: terminamos... eu: Como dizia minha ex: terminamos próximo! E ainda ouvir: Quem morre pra “danger” é corno! Me divirto muito em ser a professora que pula, que briga, brinca, provoca emoções, que ama, que se orgulha, que dança e gargalha. Me orgulho em inspirar os futuros poetas, escritores e de inseri-los num mundo de oportunidade.

Às vezes penso em desistir e recomeçar em outra profissão, penso em mudar para outro lugar... uma inquietude que se compara com a minha vida amorosa. Quanto a vida amorosa não tenho certeza de nada, mas quanto a profissão e o lugar aonde eu vivo, já me decidi. Vou ficar por aqui, por enquanto...

Ser professor é como viver em uma corda bamba. Viver entre a vida e a morte. É um ofício dificílimo! E como sou pura poesia, indomável, brava, livre, moldada na terapia Junguiana e corro com os lobos sempre caio em armadilhas... mas sobrevivo.

Recentemente tentaram me amordaçar novamente. Por ser descontraída, sorridente e arregaçar nas gargalhadas, fui taxada novamente de louca, mal-educada e pouco profissional.  Conseguiram me fazer chorar na frente dos alunos justamente na turma que eu mais respeitava e amava. Não fui acolhida por ninguém. Me senti a própria Maria Madalena sendo apedrejada em praça pública. Reza a lenda, que, pedagogicamente não existe reclamação sobre mim, sou pontual, cordial, cumpro com todas as obrigações antes do tempo e sempre que sou solicitada para um algo a mais, me dedico de bom grado, mas que os alunos me acham irônica e debochada, que era melhor eu parar de rir e ter uma atitude mais profissional. Ninguém duvida da minha competência e da minha capacidade intelectual, mas a minha gargalhada incomoda...

E nesta confusão emocional, pessoal, amorosa e profissional me deparei com a primeira pessoa na vida que me colocou uma rédea ou arreio. Um sábio ancestral, um Franciscano, um espelho fascinante e exuberante! Um homem emocionalmente sadio, bravo e gentil. Com lágrimas nos olhos e com muito amor no coração reverencio esta amizade! Dou Graças a Deus e ao Universo por sermos amigos, porque se fossemos amantes, namorados ou um casal não ficaríamos juntos para sempre. Amizade legítima não se dissolve. Com este homem eu quebrei o dogma do meu pai e da minha mãe. Talvez eu tenha quebrado a maior maldição da minha vida. Consegui finalmente sentir e enxergar que existe homens bons no mundo e que eu posso me deixar ser domada permanecendo autêntica... um pouco... só um pouquinho domada...  Ele é o Lobo, e eu, a Mulher que corre com os lobos.  Ele é o líder da matilha, da qual humildemente faço parte. O destino faz com que os semelhantes caminhem juntos, tendo em vista que, na maioria das vezes, os opostos se atraem, mas não se comunicam.

Quanto ao resto, que se incomodam com a minha gargalhada, digo o seguinte: gente feliz não incomoda ninguém. Eu sinto muito! Eu vos liberto! Vou seguir adiante e sempre serei apedrejada. Sobreviverei a todos porque EU SOU UMA MULHER QUE CORRE COM OS LOBOS!

Por: Lucileyma Carazza

Referência: Mulheres que correm com os lobos – Clarissa Pikola Estés


quarta-feira, 18 de junho de 2025

SOBRE RELACIONAMENTOS

 

SOBRE RELACIONAMENTOS

 

Difícil descrever, tendo em vista que palavras são palavras, o enxergar nem sempre significa a realidade, as atitudes são comportamentos e as emoções o sentir verdadeiro sem as máscaras de um ego machucado e comprometido ao insucesso.

Não estou sendo clara, não estou conseguindo me expressar na verdade existe a tríade: ver, imaginar e sentir. Uma coisa é o que eu vejo, a outra é o que eu imagino sobre o que eu vi, e a outra, é  o sentir a realidade de fato.

Não nos conectamos, paramos de respirar para não sentir, nos embriagamos para perder os sentidos e ignorar a dor, criamos roles aleatórios para nos distanciar de nós mesmos.

Paramos no imaginar porque o julgar é mais fácil do que sentir, ou, dói menos. Todo vício é uma fuga.

As relações refinadas são superficiais são como o açúcar refinado, já as relações integrais são indigestas e dolorosas; quem gosta de comer comida integral? Ninguém! Já dizia o Padre Fábio de Mello... onde existe dor é porque existe muito amor.

Atualmente ando enamorada com o mundo, meio cabeça oca. Sem propósitos ou conceitos estabelecidos. Não me reconheço, não me importo, anseio estar em vários lugares ao mesmo tempo e conhecer e viver tudo aquilo que ainda não vivi. Me sinto aprisionada nesta sociedade a qual precisamos para sobreviver. Isso... vivemos no modo sobrevivência.

E eu, querendo entrar no modo desistência. Cheguei no ponto da vida em que mais temia: me tornei a a velha louca do rolê... a ignorada, taxada como mal educada, intelectualizada, antipática, rica, velha, gorda e louca.

Sempre fui discreta, cheia de conceitos estabelecidos, determinei limites dos quais só foram estabelecidos por existir um vazio e uma dor imensa no meu peito, então criei barreiras para me livrar dos julgamentos... estas barreiras nos tornam prisioneiros de nós mesmos. Deixamos de ser livres por padrões e questões mal resolvidas em virtude das dores que sentimos e que nunca curamos... Emoções que não curam geram um vazio imenso e constante no peito.  Um buraco sem fundo... tudo criado por nós/mim mesmos, pelas nossas dores, pelas imposições da sociedade; tentamos agradar o máximo a todos e a si próprio.

Confesso que ando exausta. Descobri que é melhor ser... ser ex, ser decente, ser enamorada, ser filha, ser amiga, ser carinhosa, ser livre, ser íntegra, ser caridosa, ser alienada, ser burra, ser sem noção, ser a melhor, ser a pior, ser a louca, ser fora dos padrões e foda-se.

Ainda prezo pela fé e pela minha intuição. Não sei de onde elas vem. Mas as sinto. Não tenho me importado em fazer nada apenas para agradar. Estou sem limites com sede de vida, completamente sem noção e caio em gargalhadas sem explicação.

No mais, precisamos sentir a dor, vivenciar a dor, não fugir, compreender o que ela quer me ensinar para me livrar de ciclos viciosos. Se tem dor, tem mentira. O verdadeiro não causa dor. “Conhecei a verdade e a verdade vos libertará”. A verdade nunca causa sofrimento.

 

Por: Lucileyma Carazza

Revisão: Pedro Lucas Defante Nolasso (meu aluno preferido)


quarta-feira, 11 de junho de 2025

FOGO DE PAIA

 


FOGO DE PAIA

Em uma rotina frenética e sem freio, com metas estabelecidas, onde o ter prevalece e o ser desaparece. Onde ser assertivo é sinônimo de falta de educação.

Nos deparamos com frustações, angústias, ansiedades, falta de caráter e julgamentos. Ser autêntica, carinhosa, gargalhar, improvisar é sinal de loucura eminente e até mesmo de vulgaridades... somos taxadas, rotuladas, estagnadas, chamadas de ingênuas, românticas, rebeldes, ignorantes e até mesmo infantil... só não me xingam de “piranha”(inferno), e tem mais, se o seu anseio for o de não fazer nada, apenas ouvir o silêncio, dormir por 36 horas e degustar da sua própria companhia... você sempre será totalmente incompreendida, e, principalmente, excluída.

Vivemos cercados em mentiras, egos inflados, ciclos viciosos e armadilhas das quais nos(me) permitimos cair. A sociedade sabe julgar e decapitar num piscar de olhos, as vezes me sinto na era Trovadoresca, para não dizer na Idade Média ou das trevas.

Ando de saco cheio e andei rogando mudanças um tanto quanto descrente, sem saber o que quero e para onde ir. Com esse sentimento de desesperança o Universo se vinga e me soca a cara em benevolência e generosidade, para variar dos desconhecidos, o belo, o bonito e o virtuoso surge de onde menos esperamos.

Não existe controle... a entrega, sem planejamento tem sido a melhor colheita. Reconheço essa entrega como uma preciosidade da vida. Aproveito cada segundo e reverencio.

Talvez seja apenas a tolice de um coração generoso que duvida da sua própria capacidade, que se julga e se cobra.

Recentemente, num breve período de tempo, e por duas vezes consecutivas, recebi o mesmo elogio.

Um, escrito por um amigo que me acompanha há cinco anos, e sem ele, os últimos tempos teriam sido muito mais complicado. Esse amigo não nasceu, ele estreou, alguns o coparam com o ator Jason Momoa, que fez o personagem do Aquaman... mas para mim, ele é muito mais bonito! Ele é revestido em altruísmo. As vezes tenho vontade de colocar um capacete porque ele sabe me ler e consegue ouvir os meus pensamentos. Sempre me reporto ao que ele me escreveu para lembrar de quem eu sou: “O que você tem de mais impressionante, é o seu coração, o seu senso de justiça, o carinho com o próximo, a vontade de rir, sorrir e fazer bem a quem a rodea”... e me emociono muito todas as vezes que leio. Me emociono todas as vezes que conversamos e todas as vezes que ele me abraça e me dá um beijo carinhoso na cabeça... Existe sinceridade, cumplicidade, entrega, amor, ética, alegria, inteligência e muita gargalhada. Somos dois Franciscanos que se encontraram no acaso.

Mas, ainda continuo com aquela sensação de portas fechadas, descrente, seguindo com um sorriso no rosto... de uma hora para a outra o Universo escancara na sua cara a sua preciosidade. Boas-vindas chegam.

Acordo com uma proposta de emprego, que talvez seja dar um ré, mas que pode apartar o desconforto de não saber o que se quer... Saio ainda descrente para comprar um presente para minha mãe que vai chegar; a posteriori, passo no lugar que mais detesto ir na vida, o tal do supermercado... e mais uma vez sou abençoada... um senhor lindo e humilde me olhou na seção de verduras e disse: seu pescoço está travado. Respondi: - Está dando para perceber? Estou sofrendo com isso há mais de um mês. Ele sorriu e me disse: Estamos conversando mentalmente desde da hora que você entrou, chegue em casa e tome um banho e me explicou como seria banho. Na hora perguntei: - Qual a sua religião? Ele respondeu: - Sou Católico Apostólico Romano, mas tenho um dom e sou lingado a 2000 watts de energia. Eu sorri e pedi: - Me benze?

E assim, fui benzida no meio do supermercado. Ouvi palavras amorosas e caridosa de um desconhecido. Ele disse que me benzeu porque teve a permissão Divina pelo fato de eu ter um coração bom. Caí num choro compulsivo, o coração ficou leve, o pescoço sem dores, transbordando em gratidão e compaixão.

Das palavras ouvidas deste humilde e ilustre desconhecido eu só me lembro que: o copo precisa transbordar... e concordo em gênero, número e grau.

Ciclos se fecham e outros se abrem.

 

Por: Lucileyma Carazza

quarta-feira, 4 de junho de 2025

SINTO MUITO

 


SINTO MUITO

 

Por todas as mulheres que não gargalham

Que não acordam com um sorriso

Que não dançam ao escutar uma música

Que não degustam de um ato libidinoso inapropriado

Que não andam rebolando

Que não usam um batom vermelho

Que não apreciam a simplicidade

Que não se entregam a magia da vida

Que não andam descalças

Que não abrem a janela do carro

Que usam sutiã

Que não suspiraram ao silenciar

Que perderam a intuição

Que se arrumam apenas para ir ao médico

Que conversam sobre as mesmas coisas

Que não apreciam a sua própria companhia

Que não sentem a água deslisando com suavidade no corpo

Que não se arriscam ao improviso

Que não correm com os lobos

Que não abusam do poder de um perfume

Que não são chamadas de loucas

Que não fazem parte da turma do fundão

Que não vestem “PRADA”

Que não são chamadas de piranhas

As que os homens não quebram o pescoço

As que nunca foram amadas

E talvez nem se amam...

 

Por: Lucileyma Carazza


terça-feira, 3 de junho de 2025

Valhalla

 


 Valhalla

 

Sem métrica e sem rima

Abafei diversos dons

Talvez seja apenas o álcool

Manifestando em minha mente louca

Não gosto deste dom: o da escrita.

É o que mais me consome

Transmite o meu total desequilíbrio

Minha mente vagueia em um mundo paralelo.

Sendo a louca libertina

A justiça estandarte...

A abertura do inconsciente

Não dá para fugir do que somos:

Sou mau vista, infame e malquista...

E me sinto ótima!

Sou solo sagrado e não sou jardim

Não compreendo essa necessidade

Do resgate Karmico e anseio o Darma

Tudo que escondi tornou-se sombra

As previsões, as visões, as audições

As dores no corpo e os desdobramentos

E essa sensação de uma alma antiga

Incompreensível na atualidade

Porque isso ressurge?

Não é o álcool!

São as 36 horas não dormidas!

São as crianças clamando!

As mulheres domesticadas berrando...

E os homens se divertindo...

Preciso conter a gargalhada por quê?

Não pertenço ao mundo dos homens

Muito menos aos das mulheres

Não sou deste lugar

Fui recusada do céu e do inferno

Mas...

Na casa do meu Pai há várias moradas...

Escolhi a morada dos Vikings: Valhalla

Onde as mulheres eram livres, guerreiras e dignas.

Escolhíamos os mortos éramos Valquírias

Antecedemos aos Celtas e aos Druidas

O ventre idolatrado

A Deusa a mãe maior

A floresta a moradia

A intuição a magia

A solitude a companhia

A compaixão a libertação

A honra a glória!

 

Por: Lucieyma Carazza

 

terça-feira, 27 de maio de 2025

AMOR IDIOTA E TEIMOSO

 


AMOR IDIOTA E TEIMOSO

 

Caio em um choro compulsivo adentrar em casa. Me sinto sozinha. Acredito que seja a hora de ouvir as instruções psiquiátricas... E essa vontade louca de sumir e recomeçar novamente em algum lugar do mundo não me sai da cabeça...

Em se tratando de terapias ouvir o Felca, no auge dos seus 28 anos é muito mais interessante. Um rapaz com tanta maturidade e esquisitice. Ele diz que está envelhecendo e ficando cada dia mais burro, e que é bom ser burro porque o burro resolve seus problemas e está tudo bem, já as pessoas inteligentes sofrem mais, achei isso de uma genialidade para um garoto magricelo, tímido, cabeludo e lindo.

Resolvo mudar a energia, me arrumo e saio a caminhar. Entro em pânico, talvez seja melhor voltar para casa... a beira mar lotada é muito desinteressante... barulho, música alta, areia voando, turistas sem graça, crianças gritando, mulheres vulgares, outras correndo com os seus macacões colantes, homens se achando, cachorros com meias... quanta preguiça eu sinto e para completar a playlist ainda toca a música que me faz lembrar de alguém  “LP - Lost On You” ...

Tudo igual e todos concentrados em seus mundos digitais fingindo curtir uma praia, e eu ali isolada, desconfortável, me sentindo sozinha, tirando forças não sei de onde para enfrentar a vida, só me restando ler o livro do Bono – Surrender, que é um aprendizado subliminar a cada parágrafo.

Como me identifico com suas dificuldades, genialidades, pontos de vista, incertezas e crises existenciais. Queria ser amiga do Bono, ir à praia, beber uma, conversar o dia todo, conhecer Ali e assistir ao pôr do sol. Imagino o quanto teríamos de assunto, mas nesse momento acredito que escutaria mais porque existem pessoas que sinto prazer em conversar, ou apenas ouvir e admirar a sabedoria...

Peço uma água de coco, coloco os dois fones e aumento o volume no máximo, as pessoas ao lado não param de falar(gritando) encantados com os vendedores ambulantes.

De repente me dou conta que estar sozinha é mais interessante do que estar em meios, ou com pessoas que não nos pertencem. Existe um padrão vibratório onde apenas os que estão na mesma vibração caminham juntos, e tudo bem... cada um em seu estágio de evolução.

Não estou bem, “eu sei, eu sei, eu sei”, fingi por meses e vivi em um estágio de euforia acreditando piamente que minhas dores estavam cicatrizadas. Disfarcei, tive vergonha em ter um coração dilacerado, um coração mais uma vez traído, de ter sido ingênua... Perdi meu amigo e alguém em quem confiava. Ouve deslealdade. Ouve gatilhos emocionais que me pertencem e que afloraram... mas como diz a regra popular: “é melhor ser enganado do que enganar”. Na verdade, o melhor seria ambos vivermos em comunhão, respeitando nossas diferenças e reverenciando nossa convivência.

No mais, tenho por mim que: quando o outro me fere, não são eles os verdadeiros responsáveis, e sim, eu, pelo fato de não ter colocado limites.

Tentei levar com maturidade e naturalidade, me enganei, enganei várias pessoas que me diziam o tempo todo que eu superei bem, ou que não havia motivos para me sentir mal.

A realidade é que a minha cabeça está barulhenta e bagunçada... Resolvi curar o meu emocional... “eu sou eu, você é você”... não sei o que esperar do Universo ou de Deus, não sei se quero um novo amor, um amor verdadeiro, um amor ágape, ou simplesmente ficar sozinha cuidando da minha vida... mas, contudo, porém e portanto... quando lembro daquele baixinho tatuado, noooooo, não é amor, é apenas uma escorpiana se lembrando de atos libidinosos com cara de safada (risos)...

Não sei o que quero, mas não saber o que se quer já é o início de algo ou de uma cura emocional. Eu sei que tudo vai passar, por um tempo vou me isolar, não quero conselhos, terapia, autoconhecimento, vídeos motivacionais, julgamentos e nada que seja  destrutivo. Me afastei das redes sociais por não suportar os logarítmicos que me induzem ao que não quero ver. Me blindei para curar. Vou me apegar a vida, ao Bono, ao crochê, no livro de Gregório (o Boca do Inferno) que achei em casa e não sei quem me deu... Vou mais uma vez seguir em retidão e me reerguer.

Segundo o Bono “Estamos procurando alguém para nos salvar, ou uma solução para um problema e eles estão bem na nossa frente, escondidos à vista de todos”... e o melhor: “se você estiver onde deveria estar, vai conhecer quem precisa conhecer”.

Por enquanto tenho dúvidas mas quero viver... experiências, lugares, o lúdico, o exótico, erótico, dar boas gargalhadas e não ter um pingo de noção e filtro, quero ser livre. Quero algo que me faça suspirar, transpirar e sorrir... e recentemente vi um post no status de um amigo que reflete o que eu procuro: “os dispostos a viver algo incrível merecem se encontrar”.

Por: Lucileyma Carazza

segunda-feira, 26 de maio de 2025

 

Lu, amiga linda do meu coração 💓!!

  Linda sim amiga , alegre , espontânea , irradiante , você sofre minha amiga irmã com pessoas que não acrescentam em nada a sua vida 🧬!

  O que você tem de mais impressionante , é o seu coração , o seu senso de justiça , o carinho com o próximo , a vontade de rir, sorrir e fazer bem a quem a rodea!!

  Eu gostaria de dividir contigo um pensamento filosófico que criei pra mim:

" Quando alguém me tira do sério , eles não são os verdadeiros culpados , sou eu quem deixo eles me tirarem do meu centro ! "

 Eu espero que se proteja desses infames pensamentos infundados e inapropriados que as pessoas tendem a lançar contra o próximo como uma verdade absoluta , questionamentos ridículos sem olhar pra si mesmo!

  Em suma amiga , as pessoas vivem de aparência , fantoches de redes virtuais e sociais  que não representam quem de fato são na vida real .

  Você sim , é autêntica , não tem medo de sentir e dizer o que pensa, embora as vezes melhor não dizer , evitar a fadiga é  sempre bom!

  Agora imagine eu, um cara que abre mão de viver tudo isso que a maior parte dos seres humanos anseiam tanto, valores que não me enchem o peito, para ostentar uma vida de zelo e altruísta por algo que eles abominam e desdenham o tempo todo.

  Você acha que eu ligo em toda a minha essência ? Não ligo , se não eu iria pirar!

  E você deve fazer o mesmo !

  Ninguém tem o direito de te dizer o que você 🫵🏼 deve ter , ser ou fazer !!! Ninguém está ao teu lado quando você mais precisa ! Somente quem a ama de verdade estará contigo !!!

  Portanto , não se deixe levar por pensamentos alheios a esse povinho que não representa nada em sua vida !

  Apenas faça o que eu digo sempre pra você antes de desligar o telefone , ou uma mensagem ou mesmo quando me despeço de ti!

  " Cuide - se!!!

  Acho que você está se cobrando demais por conta de não ter alguém só teu, do seu lado nesse momento , você pode sim cobrar , àquela ida que eu lhe disse para fazer, até a casa dos seus pais !

  Por mais que ele diga pra você não ir, mas , mesmo que algo aconteça por lá , pelo menos você foi e não se arrependeu de não ter feito o que queria fazer .

  Vá lá amiga , renove as suas energias , passe , que seja 3 ou 4 dias , mas vá, renove esse coração , sua cabeça e por consequência , seu corpo !!

  O fato de você querer me mostrar o quanto o teu corpo mudou em foto antes e depois do acontecido com o seu ex, não significa nada , porque você se deixou ser afetada demais por alguém que não compensa , que não te merece !!

  Não se apavore em achar que ele seria sua última esperança , a " tampa da tua panela pode estar por aí !" E você nem sabe!!! Só tem de parar de ficar procurando !!!

  Te cuida e saiba que fico lisonjeado por fazer parte do seleto grupo de pessoas que te fazer bem ❤‍🩹 e me perdoe se falei demais , mas me preocupo com vc!!! Se eu estiver errado , por favor , me perdoe !!!

   Um beijo e se recupere bem, coloque uma boa música , acordei com os pássaros , torne o dia melhor do que já é, se apegue as coisas e momentos bons que tudo vai dar certo !!!

  Te amo Lu!!!

  Boa noite e durma bem !!!!!


Uma grande declaração de amor de um grande amigo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Preciso guardar....