terça-feira, 28 de outubro de 2025

COLAPSO

 


COLAPSO

 

Existe um medo ou um desespero,

Tenho consciência que este medo é um desejo fortíssimo!

Talvez seja inalcançável...

Faço pirraça, perco o controle emocional,

Me sinto péssima por deixar a inconsciência me dominar assim,

Talvez tenha prejudicado o outro, ou, até o afastado.

Acredito que devo deixar ir e tirar o foco,

Voltar para a rotina e para a minha amada solitude.

Limpar os pensamentos destrutivos, carnais e me perdoar...

Me senti analisada, julgada pronta para ser qualificada.

Parece que para nos permitirmos a sermos enamorados

Preciso preencher requisitos primordiais, ou “sine qua non”.

Talvez ganhe a medalha, mas se me conheço bem,

Se alcançar o pódio, vou rejeitar, pois sou disruptiva demais.

O chilique talvez seja o pânico, ou, a tosse seca da alma me espreitando.  

Saí da minha zona de conforto e não estava almejando...

Sinto, respiro, suspiro, aceito, perdoo, liberto e sigo em retidão.

Não somos um único momento, errar é plausível!

Posso ter parecido uma criança, o instinto me dominou...

Me entreguei de corpo, alma e coração,

Na velocidade da luz, me violei, por não digerir emoções.

Foi tudo tão intuitivo e maravilhoso!

O mundo não é solo fértil para uma mulher, a vida, sim.

Me envergonho, peço perdão e me acolho (novamente).

Me acolho quantas vezes forem necessárias.

Persistir no erro, na recusa do crescimento é estupidez.

Quando estamos fora da ressonância, não há nada a ser feito.

Precisamos recuperar o equilíbrio da Tríade Sagrada (Pai, Filho e Espírito santo)

Realizar o corte energético.

Estivemos entrelaçados por algum motivo...

A energia instintiva foi muito grande,

Assim como a afinidade em autoconhecimento,

Mas... são mundos distantes...

Cada qual com suas dores imensuráveis,

Experiências, vivências e crenças...

Presos em escolhas como urubu em uma térmica,

Numa zona de conforto extremamente confortável...

Ansiosos nos frutos futuros

Deixando de viver o presente em amorosidade.

Talvez tenhamos esquecido as Leis que regem o Universo:

Onde semelhante atrai semelhante...

Acredito que o consciente e o inconsciente ainda não estão acomodados

Não se conhecem o suficiente para respeitar um ao outro.

 

“o homem só se torna um ser integrado, tranquilo, fértil e feliz quando (e só então) o seu processo de individuação está realizado, quando consciente e inconsciente aprendem a conviver em paz e completando-se um ao outro”.  Carl G. Jung

 

Por: Lucileyma Carazza

 



quinta-feira, 23 de outubro de 2025

PRESENTE

 



PRESENTE

 

O resgate de valores é plausível e visível, talvez sejam inapropriados, ultrapassados, ou fora de moda. Autocuidado, compaixão, perdão, amor, muito amor, não sei de onde sai tanto amor, ando transbordando amor ou fedendo à amor... ando em retidão com os meus princípios com esperança...

Uma tranquilidade que nunca fora minha, visitada pela ansiedade que insiste em perturbar, penso que estou louca, mas talvez, a alma não tenha aceito ainda esse novo padrão vibratório, o padrão de não ser reativa. O padrão de apenas ser em amorosidade.

Existe, pela primeira vez, o anseio genuíno pela outra metade. Não sei se já fui contemplada, se desperdicei, ou se serei contemplada... Acredito que tenha fugido insistentemente à entrega, fazendo pirraça e esbravejado, sendo forte o suficiente para vivenciar exclusivamente a solitude, mas ando a ansiar... suspiro em amorosidade e liberto um sorriso.

Sempre estive a procura, um vazio no peito, uma fuga insistente e resistente em não receber amor, me afastei dos que mais amei por não saber amar, com isso, vivi um deserto fértil em transformação lenta, sempre a observar, em aprendizado constante...

A natureza sempre fora o porto seguro solitário. O transformar das estações e dos dias a parceria itinerante. O sentir o cheiro do tempo mudando, olhar para o céu por horas sem um motivo aparente, sentir a chuva chegando, saber que a temperatura vai cair simplesmente em ver a cor laranja do céu... observar o mar e conhecer as suas nuances, perceber a alteração da estação ao ver os ninhos dos pássaros, a mudança das cores nas plantas e sentir os animais mais ávidos ou hibernos, a Lua a amante intuitiva, o vento aquele que descabela, o Sol, o abraço de um amor fraterno. O alvorecer é pura exuberância, é o despertar, é a luz que irradia e aquece. A magia é o fechar os olhos e presenciar a aurora boreal sem nunca ter ido até ela... sinto falta das cigarras e dos vaga-lumes...mas hoje recebi a visita de quatro borboletas azuis gigantescas, presença marcante de São Francisco de Assis.

Vivo entro dois mundos, o dos vivos e o dos mortos, e às vezes me confundo sem saber ao certo qual das presenças são reais...

Há uma mudança interna no amago da alma, muito profunda e sinto que o tempo parece gritar: viva, sinta-o esvaindo!

Respeito a liberdade, reverencio a mulher que me tornei e agradeço aos meus antepassados. Apesar de tudo, estou maravilhosamente bem, cicatrizes são as únicas marcas que melhoram com o tempo.

Estou no fim de uma jornada onde o único interesse é o de transbordar em amor.  Talvez seja a última chance de viver em amor, ou um amor.

Sei, que do alto daquela colina, supliquei, não sei se alcancei a graça ainda, mas sinto o coração aberto e entregue. Voltei a suspirar, a ter brilho nos olhos e aposentei as máscaras do meu ego. As vezes sinto uma convulsão emocional por ser intensa demais. Me descontrolo. Respiro... Me acolho, aceito e ouço a voz de sempre: vai dar tudo certo.

Sinto medo, mas como dizem os estudiosos da mente humana: “o medo pode ser associado a um sinal de desejo”.

Viva o presente, aceite, apenas aceite e ame!

Por: Lucileyma Carazza

 

 


sexta-feira, 17 de outubro de 2025

AMOR FATI

 


“AMOR FATI”

 

Autocuidado genuíno, amor próprio, liberdade, conhecimento, sabedoria, benevolência, plenitude, retidão, paciência, solitude, sensibilidade além do controle, autoconsciência, generosidade, disruptiva, transgressora, transcendente, carinhosa, prestativa, ser a prioridade, sou raridade e um solo sagrado, bem estar, equilíbrio emocional ativo é o meu único objetivo, tenho uma vida autônoma e invisto em mim egoisticamente falando...

Voltei com o “cabelinho” verde, uma vez que, uma aluna me disse que uma mulher que pinta o cabelo de verde não merece respeito... senti compaixão por mim, por elas(es)... não vim nesse mundo para agradar, vim para evoluir... e para vocês desejo flores e o despertar em sabedoria.

São tantos adjetivos que recebo. Já me acostumei a ficar calada para evitar fadiga. Tem tanta beleza no mundo para eu degustar, que, me preocupar com pessoas que se incomodam comigo por eu estar fora dos padrões é o menor dos meus problemas. Sofro! Mas supero! Ser uma mulher de 50 anos, livre, sem filhos, que gargalha muito, que faz o que quer da vida, que pinta o cabelo de verde, que possui muita amizade masculina, que é bonita, inteligente e que é muito gostosa! Sim! Sou deliciosa! Incomoda muita gente!

E neste desgosto aprendi sobre “amor fati” que é uma expressão latina que significa "amor ao destino" e descreve a atitude de aceitar e até amar tudo o que acontece na vida, incluindo sofrimento, perda e o inevitável.

Resolvi praticar a partir deste momento, o “Amor fati”. Amo o destino, amo a vida como ela é, e, declaro meu amor incondicional pela vida!  Não quero nada diferente, seja para traz, ou seja para frente, seja para toda eternidade, apenas amo! Abraço ativamente a minha história com amor genuíno! Isso me fez quem eu sou. Eu não mudaria nada, pois isso, me trouxe até aqui. Quero a queda do ressentimento! Quero a minha aceitação! A minha confiança! Tornei-me a minha melhor amiga e fã. Valido a mim mesma. Fortaleço meus circuitos mentais de segurança. Aceito a realidade e paro de nadar contra a correnteza fortíssima e deixo de estar exausta. Fico com a dor quando ela existir que é natural e faz parte da vida e sem o sentimento de vitimização. Quero a libertação de todo sofrimento desnecessário. Tenho uma história linda e imperfeita, e de, atratividade! Abdico a minha guerra interna! Assumo as minhas partes e quero paz! Cresci e me tornei mais sábia, assumindo completamente o meu passado! Amei!! Amo!! Não sinto vergonha! Liberto-me das minhas ameaças internas! Autoconsciência me representa! Estou num vínculo amoroso profundo comigo mesma! Quero calma! Quero tornar-me a força da natureza com atratividade duradoura, presente e MAIS AUTÊNTICA! Abraço a minha realidade com amor! Eu sou real, completa e inteira! O importante é a direção, pois, transformo os obstáculos em oportunidade de crescimento! Chega de impulso! Não quero ser reativa!

Não mendigo amor! Eu irradio amor! Sou real e inteira!

Foco no que está no meu controle, liberto o que está fora. Aceito a impermanência em gratidão! Pratico uma comunicação consciente. Vivo de acordo com meus valores com coragem! Liberto a necessidade de aprovação externa e prático “amor fati”.

E “se tudo der errado é só voltar para o início”, ou, inflama que sara!

 

Por: Lucileyma Carazza


terça-feira, 14 de outubro de 2025

FRAGMENTOS

 



FRAGMENTOS

 

Por vezes a vida nos prega peças

Quando achamos que está tudo sobre controle

Numa zona de conforto como um mar de almirante.

Eis que o inesperado nos desperta, atiça e nos traz um brilho novo.

Não estava vivendo como zumbi ou morta

Vivenciava o tempo como uma espectadora ávida da vida

Na simplicidade de apenas ser

Sem objetivo de conquistas ou provas.

Apenas degustando os espetáculos da natureza e da humanidade.

Vivendo um dia de cada vez, como coadjuvante desperta no presente

Andando como uma lebre sem destino aparente

Uma leveza livre onde o que mais me preenchia era sorrir,

Sendo benevolente e simplesmente amando.

Havia me comprometido em ser feliz em minha solitude.

Fechei algumas portas e me julguei protegida...

Eis que surge um calabouço de emoções,

Talvez seja apenas uma projeção,

Um sonho, uma doçura, uma centelha ou a esperança.

Pode ser carência ou o tal do “ego emocional”;

Que inferno inventaram agora...

No passado, quando percebi que era apenas um ego

Morri, derreti, ralei no umbral, reinventei e renasci.

Agora afirmam que um ego ralado ainda pode estar me dominando...

A paciência não é uma dádiva que me acompanha

De fato eu sou eu e você é você, mas no fundo somos todos um...

A certeza da loucura nos leva a ver o mundo com outros olhos...

Tem tanta beleza e a gente perde tanto tempo...

Falácias não convencem e o material não me interessa

A essência nos leva para o fundo da alma, mas pra quê?

O mundo é raso e a maioria das pessoas nem sentem...

Meu casamento com o mar me leva a profundezas

Dais quais não quero mais fazer parte, seria o presságio de um divórcio?

Vivo num limbo onde não me encaixo em lugar algum

Não possuo raiz por não saber relacionar.

Me guardei e me reservei tanto e não sei porquê?

Atropelo emoções, abro mão, vou embora em silêncio.

Guardo tudo para mim e viro neblina...

Ninguém nunca percebe, pois todos acham que sou a louca feliz!

De repente me encontro assim...

Sem vontade de respirar ou seguir

A beleza no mundo ainda existe

A impaciência persiste num calor insuportável...

Paro de respirar, não quero pensar, não quero sentir.

O tempo precisa passar rápido

Não sei me relacionar

Muito menos amar.

E está tudo bem, apesar de doer muito.

Me acolho e recomeço.

Ainda tenho tempo para aprender e mudar,

E acima de tudo: AMAR!

Se a reciprocidade não ocorre como almejamos

O Universo nos proporciona outros calabouços de emoções recíprocas.

 

Por: Lucileyma Carazza

Revisado por: Pedro Lucas Defante Nolasso – meu aluno preferido!  

Dedico este texto ao ilustre  Urso.

  

 



 

sábado, 13 de setembro de 2025

SER



SER

 

Somos o que somos?

Ou somos quem somos?

Dualidades!

Nossa consciência se defende com o ego,

O inconsciente nos guia?

Ou, seria o oposto?

O que é a sombra ou a luz no seu âmago?

Quem você alimenta?

O despertar da inconsciência,

Talvez seja a maior faceta da humanidade!

Nos tornamos mascarados

Possuímos várias vertentes construídas ao logo da vida!

Usamos a melhor máscara para nos representar

Autenticidade é um crime mortal.

Existe uma cura plausível,

Mas a ferida só cura quando inflama,

Assim como a alma...

Inflama que sara!

Dói! Mas a plenitude chega...

Como um dia chuvoso de inverno

Onde nos permitimos relaxar em paz

Emanando amorosidades e consciência...

Lugares, padrões, pessoas, excentricidades

São vínculos duradores ou passageiros?

Creio que podemos ser o nosso melhor

Dentro das nossas possibilidades

No caminho da retidão...

Somos uma fração de segundo,

Um momento de dor ou de cura...

 

Por: Lucileyma Carazza 

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

 




Paula.terapia.integrativa

@lucileymacarazza ! Te amo do jeitinho que é!

Minha amiga disruptiva! Transgressora! Magnífica!

Linda, que no mundo houvessem mais Mulheres como você.... Verdadeiras, autênticas, luminosas, grandes no coração, agradecidas, bravinhas - como eu também - maravilhosas!

Que honra é ser sua amiga! E te ouvir, te ler - porque também é escritora - , falar pra você!

Te amo do jeitinho que é... De cabelo castanho, branco, verde, azul ou amarelo.

Te admiro pela coragem de Ser.
Te quero por perto sempre, desde antes dessa foto até mais que hoje.
Bruxa gargalhante! Feiticeira! Inteira!

Te amo exatamente do jeitinho que é, de novo, de novo e de novo!
🧙‍♀️🧹🪄🐈‍⬛🐈🖤🩶🩷

segunda-feira, 28 de julho de 2025

FIM

 



Bom, não sei como começar escrever sobre este assunto, mas é necessário.

Em Gestalt aprendemos que fechar ciclos significa dar um fim a experiências inacabadas ou situações que estão impedindo o indivíduo de viver o presente de forma plena. Se não fechamos este ciclo acaba que perdemos muita energia, revivendo o que já foi vivido. Precisamos encerrar experiências, estar no presente e encerrar situações que nos consomem energias por estarem inacabadas ou em processo de cicatrização/digestão emocional.

Este blog se deve ao fato de uma menina/mulher que tinha muita raiva, dores e questões pessoais que precisavam ser revistas, mas esta moça não sabia muito bem por onde começar.

Comecei por um blog, ninguém me conhecia e poderia dizer o que quisesse, e assim, foram os meus primeiros passos.

A posteriori conheci um grupo de amigas que estavam voltadas para o autoconhecimento e decidiram reunir-se semanalmente para debatermos sobre o assunto, nos autodenominávamos “As mais legais”, foi o início da minha jornada, agradeço do fundo da alma a Paula.

Neste sentido comecei a frequentar a Casa da Esperança, que é um lugar onde todos são loucos e gente feliz não incomoda ninguém. Agradeço do fundo da alma a Tia Lucia, você foi luz na minha vida.

E nesta jornada escrevi minhas experiências, desenvolvi poemas, mas ninguém sabia, apesar de serem públicas.

Com o tempo, conheci a casa Caminheiros de Jesus e decidi estudar as religiões do mundo, assim como adentrar de peito aberto em busca do autoconhecimento. Agradeço Tia Clara (in memoriam), Sr. Serafim (in memoriam), Graça, Renatinha e tantos outros.

O mais fantástico nesta jornada foi quando juntei com um grupo de amigas e abrimos uma página no Facebook que se chamava: Mulheres que correm com os Lobos, chegamos a alcançar um público com mais de 300.000 participantes. A partir deste momento a poesia tornou-se magia, a competição por curtidas, as discussões construtivas ou não, tudo era novidade. Juliana a fundadora, que infelizmente sofreu com o crime de feminicídio... me ensinou tanto sobre a mulher selvagem, descrita por Clarissa Pikola Ester. A página chamava: MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS, e desta experiência tenho a agradecer a Juliana, Bruna, Rose (maravilhosa a mais talentosa de todas). A página infelizmente foi retirada do ar por decisão da família da Juliana.

Nunca mais parei de ler, estudar e escrever: Jung, Freud, Tao, Bert Herliinger, Naranjo, Chico Xavier, Jesus, Confúcio, Gandhi, Buda e outros... as religiões antigas, atuais e primitivas... filosofia e sociologia eram as grandes estrelas do meu dia.

Hoje, venho por meio desta comunicar que este ofício, o da escrita está sendo encerrado. É um ciclo que preciso fechar para que a energia se transforme.

A todos a minha Gratidão.

O Blog continuará no ar. Mas não escreverei mais.

Resolvi dar um tempo das redes sociais, pois se tornou um ambiente insalubre (para mim), sinto falta de olhar nos olhos, bater um bom papo e curtir uma boa gargalhada, no mais...

Tenho que agradecer a tanta gente que não vou me dar a esse luxo de citar um por um para não esquecer de ninguém. Agradeço a Ana que produziu meu primeiro livro.

Em maio de 2010 comecei a escrever, e hoje 28/07/2025 me despeço. Foram mais de 200 mil acessos com o alcance de mais de 25 países.

Escrever para mim tornou-se exaustivo, deixou de ser prazeroso. Revivencio ciclos que não necessitam mais serem cutucados, remexidos e discutidos, porque no fundo... SOMOS TODOS UM.

Desejo do fundo do coração que todos um dia consigam sentir de fato o que é ser GENTE FELIZ QUE NÃO INCOMODA NINGUÉM.

 

Beijo no coração! Lucileyma Carazza



 

quarta-feira, 23 de julho de 2025

UMA COISA

 

UMA COISA

 

Somos o que somos, e talvez, os julgamentos, só nos causam mais stress e angústias, que aos meus olhos são desnecessários. Parece que relaxar e deixar fluir é algo que não merece ser vivenciado.

Venho ralando o meu ego de todas as maneiras possíveis para me tornar uma pessoa melhor, mas em alguns aspectos continuo torta e estragada... extremamente estragada, a imperfeição está em mim.

Com o tempo aprendemos na dor ou no amor que somos responsáveis por nossas escolhas e não há como transferir esta responsabilidade. A culpa é apenas uma palavra, e não, uma emoção. A culpa jamais será algo que cause angústia no meu peito, pois, ando em retidão, talvez, o arrependimento me cause angústia ainda... mas me pergunto: se não me arriscar como saberei se a experiência foi boa ou ruim? No fundo apenas suspiro e mentalizo: fiz o meu melhor dentro das minhas limitações.

Como mulher, responsabilidades me foram impostas sempre. Aos 12 anos já trabalhava, aos 15 viajava sozinha em virtude do trabalho que me fora imposto... para a minha família eu tinha responsabilidade para trabalhar e viajar sozinha para fazer compras para uma loja com vários talões de cheque assinados em branco na bolsa... mas eu não podia ir ao cinema sozinha, eu não podia ir a lugar algum...

Não reclamo da educação que tive, que fora extremamente rigorosa. Tinha que andar no limite da perfeição e daí por diante não foi muito diferente. Até os 26 anos só vivi para agradar o ego da minha família; o que eu sentia ou pensava era ignorado, e eu, não queria causar frustração alguma aos meus pais, irmãos, amigos e outros... Aos 33 anos morri... aos 38, por exaustão saí de perto daquilo que eu não conseguia mudar e conquistar. Não mudaria o padrão da minha família e nem conquistaria a paz de espírito e um pouco de liberdade que almejava.

Não confunda liberdade com libertinagem, muito menos imagine que ser livre é fazer o que se quer. Ser livre está intrinsicamente ligada ao comprometimento, a responsabilidade e com a leveza da sua alma. Ser livre é estar em paz consigo mesmo e ter o discernimento de acolher e conviver com os maus entendidos da vida e não se envergonhar. Ser livre é ser ético e seguir em retidão, mesmo estando com um coração dilacerado por ter sido desmerecida por ser quem você é.

Estranha essa percepção do quanto vivi para agradar e o quanto fui impedida de viver para agradar as pessoas que eu mais amei... dói assumir o quanto isso me limitou, me bloqueou, me feriu e me paralisou.

Vivo num limbo e sofro com isto. Vou dizer, que, quando morri, escolhi viver em solitude e aprendi a viver assim. Neste sentido, vivo sem perturbar a vida de ninguém, pelo contrário, sou aquela que é sempre lembrada em uma dificuldade, mas sempre esquecida para uma festa.

E este textão descabido que não sei direito sobre o que é em se tratando de emoção ou fatos do cotidiano se deu em virtude da pessoa que me tornei.

Sempre quando estou muito feliz penso: vem uma pancada  aí; e ela sempre vem... outro pensamento que sempre me ocorre é quando conheço alguém que talvez possa me agregar vivências... olho e sempre me pergunto: O que este daí vai me tirar, melhor dizer: ensinar...

Não se engane no seu julgamento: uma gargalhada alta, um ato de leviandade ou libertinagem, um cabelo verde e dançar no meu meio do supermercado ao ouvir uma música que eu goste não revela de fato quem eu sou...

A solitude não é sinônimo de irresponsabilidade, e sim, de responsabilidade. Os riscos são altamente calculados.

Talvez este texto seja apenas o devaneio de uma mulher de meia idade que  perdeu a sua solitude e encarou a solidão. Uma mulher que resolveu viver e se arriscar pouquinho... Mas confesso que já bateu o arrependimento, o sorriso deu lugar às lágrimas e me lembrei da solitude, estar em solitude é uma zona de conforto extremamente confortável e talvez lá, continue sendo o meu lugar.

Um colo pode te curar de várias feridas, te fazer dormir... é a afetuosidade que te faz liberar ocitocina... uma mulher exausta não tem como entregar o seu colo porque talvez ela nunca tenha tido um.

Os puxões de orelhas nos fazem refletir... humildemente agradeço e reverencio. No alto daquela colina, diante daquele cruzeiro e daquela paisagem exuberante, agradeci o que tenho, o que sou e pela primeira vez na minha vida pedi ao Universo que me proporcionasse uma relação sadia com um homem honrado.

 

Por: Lucileyma Carazza

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

QUEBRADA



QUEBRADA

 

Exposições aleatórias são disfarces

Só é visto o permitido

Talvez apenas você veja, ou não...

A internet é um terreno baldio

A tecnologia é como mágica

Ilusões são criadas com maestria...

Quem diria que estariam interligadas:

Tecnologia e magia...

Sou esperta demais e é aí que emburreço

Nada supera ou cola a dor da alma

Tento silenciar e não consigo

A solitude me abandonou e vivo em solidão...

Estou sentenciada pelas escolhas.

Desequilíbrios e angústias são eminentes

Julgamentos e cobranças, sou meu algoz.

Falta de valorização ou amor próprio?

Uma carcaça cansada

Apta e entregue a menos esperança

Estava protegida entre suas “Gárgulas”

Dormia em plenitude

E agora?

Estou perdida e não me reconecto.

Ando como um cão sem dono

E não encontro o que procuro.

Traz a camisa de força

Estou como um vulcão

Não sei até quando vou aguentar...

Dominar a raiva

Me perdoar e seguir cicatrizada.

Ainda não superei...

 

 Por: Lucileyma Carazza

 

 

 

 


sexta-feira, 4 de julho de 2025

ASTRAL

 


ASTRAL

 

Pedi tanto, supliquei

Pacifiquei a alma, equilibrei

Pedi tanto, supliquei

Aceitei, entreguei

Pedi tanto, supliquei

Protegida, dormia

Pedi tanto, supliquei

Me senti amada!

Pedi tanto, supliquei

Enquadrei, tédio...

Pedi tanto, supliquei

Não me submeto, agonizei...

Pedi tanto, supliquei

Tá bom!

Pedi tanto, supliquei

Resisti, respirei

Pedi tanto, supliquei

Afoguei, apavorei

Pedi tanto, supliquei

Acelerei, insônia

Pedi tanto, supliquei

A tosse seca da alma me visita

Pedi tanto, supliquei

Cansei, libertei

Pedi tanto, supliquei

Abracei a sombra

Pedi tanto, supliquei

Morri, embriaguei no inferno!

 

Por: Lucileyma Carazza

 

 

 


quinta-feira, 3 de julho de 2025

RELAÇÕES INTERPESSOAIS


 

RELAÇÕES INTERPESSOAIS


Responsabilizo por tudo que acontece! Tenho por princípio a Oração Gestalt, que inicia-se dizendo o seguinte: “Eu sou eu, você é você. Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas”, simples assim. Outro princípio que carrego tatuado na alma é que: “Gente feliz não incomoda ninguém”.

A maneira como avalio o próximo diz mais sobre mim do que o outro. A maneira como sou julgada, também diz mais sobre mim do que o outro. Escolho não ser reativa. Silencio... e tudo se resolve com clareza e sem esforço.

- Existe angustia? Tristeza? – Existe! Faz parte!

Na atual sociedade provinciana, demagoga, hipócrita, trovadoresca e machista a qual faço parte não me enquadro nos padrões estabelecidos. E para mim está tudo ótimo.

Só faço parte daquilo que sinto pertencimento e que de fato me sinta bem. A minha briga diária é com a minha saúde mental, e principalmente, me silenciar diante dos infames que acontecem, sejam eles previsíveis ou não, jutos ou injustos...

Morro diariamente por seguir em retidão e não abrir mão de quem eu sou. Já morri tantas vezes e o renascimento aflora. Quando partimos para o autoconhecimento e nos dispomos a trabalhar o nosso lado negro passamos por provas e expiações diárias, enxergamos o mundo com outros olhos e a amorosidade reina, esta, muitas das vezes incompreendida.

Ainda caio em ciclos viciosos que precisam ser revistos, curados e reverenciados. A dualidade existe no humano. O bem e o mal existe em mim e tudo depende das minhas escolhas. NÃO SOU PERFEITA! Sou centelha divina, sou solo sagrado e não adianta jogar o seu lixo!

Já devo ter escrito sobre isto milhares de vezes, mas, hoje, é justamente isto que me vem à cabeça, por mais que pareça estranho aos olhos dos julgamentos alheios que se colocam em situação de perfeição...

Vivencio aprendizados dos quais sou submetida na marra! O que os outros imaginam de mim ou pensam, não me interessa. Simples assim. Sou o meu maior algoz! Como diz o poeta contemporâneo lindíssimo e apaixonante: Xamã “Sou Wolverine e também tô Dente de Sabre... Se tudo der errado é só voltar pro início, dilemas de mim” ...

Escolha e autorresponsabilidade esse é o legado.

Andar em retidão cumprir com as  obrigações sendo a melhor dentro das  limitações, saber quem eu sou... Ser ética, íntegra e leal. Dar gargalhadas absurdas de tudo, ter uma vida simples e minimalista, ser até leviana, mas livre. Tá! Como diz a outra douta poeta contemporânea Lou Garcia:  Eu sei, eu sei, eu sei... Não funcionou porque fui eu quem não quis...

Poetas são loucos, românticos e sábios... talvez tenha me transformado naquilo que mais temia: a velha louca do rolê. E estou simplesmente amando!

Prolixa com relação aos textos, mas isso tudo é só para te lembrar que amar o próximo é o mais importante, perdoar, transbordar em compaixão e deixar fluir livremente mesmo estando quebrado é o mais apropriado. Respire e suspire... a cura parte da respiração... quando deixamos de respirar deixamos de sentir...

O autoconhecimento mata o seu ego e te permite escolhas. Escolho amar! Amo dentro das minhas limitações e não julgo, muito menos cobro... Cada ser possui a sua experiência.

- O amor que sinto? - Dedico até para os infelizes que me traíram, me ludibriaram, me excluíram, que foram cruéis, que almejaram apenas o meu corpo, que acham que me enganam... Quanto ao amor romântico, sinto a lembrança saudosa no meu coração.  “Stalkear” e sentir felicidade com a realidade do outro é plausível, respeitoso e delicioso.

Quando respiramos com consciência a verdade aparece sem ser dita e não dá para explicar para quem possui um conceito pré-estabelecido sobre amor próprio, tendo em vista que o amor que sentimos e como direcionamos este amor é uma escolha, assim como a felicidade...

Escolho amar, na contramão de uma sociedade que não aceita ser amada,  porque estão todos enraizados em pensamentos rudes e ultrapassados.

Escolho amar a todos que passaram pela minha vida e os deixo livre. É mais fácil... guerras, cobranças, desordens, traições, bate boca... saco... tenho preguiça... no mais, a falta de empatia ocorre em pessoas que estão emocionalmente feridas, fazendo pirraça para o mundo e brincando de viver feliz...

Simples assim... AME E DEIXE LIVRE...

AMAR não é distintivo de POSSE!

O destino vai chegar sem esforço... sem jogos, ameaças, histeria, cobranças e dores de cabeça... o passado diz tudo, VIVA o presente com a consciência que o futuro será o reflexo.

Por: Lucileyma Carazza

Lou Garcia - Não Fosse Tão Tarde https://www.youtube.com/watch?v=jd00enZSNFc

Xamã - Dualidade | Prod. $amuka e Ramon Calixto (Fragmentado) - https://www.youtube.com/watch?v=Xb514N_uE6s


sexta-feira, 27 de junho de 2025

ROMÂNTICA

 

ROMÂNTICA

Fomentando cada migalha do meu ser... sou movida a poesia, e, infelizmente poucos sabem ler, interpretar, ou simplesmente sentir. Esta “douta” poeta que vos fala tem um único propósito: o de inspirar.

Inspire, respire, suspire, sorria, gargalhe, dance, deseje a todos um bom dia maravilhoso, se preocupe, cuide de você, dos que você ama e até mesmo dos desconhecidos, seja livre e principalmente leve.

Nunca confunda liberdade com libertinagem, muito menos imagine que ser livre é fazer o que se quer. Ser livre está intrinsicamente ligada ao comprometimento, a responsabilidade e com a leveza da sua alma. Ser livre é estar em paz consigo mesmo e ter o discernimento de acolher e conviver com os maus entendidos da vida e não se envergonhar. Ser livre é ser ético e seguir em retidão, mesmo estando com um coração dilacerado por ter sido humilhada por ser quem você é, e não, o que os outros almejam que tu seja.

Como mulher vos digo, todos tentaram me moldar ou me modificar.

Minha mãe prendia o meu cabelo de uma maneira que não podia ficar um fio fora do lugar, me colocava uma roupa branca de marinheira e saía desfilando comigo na segunda cidade mais poluída do Brasil, pelo menos na época. O Vale do Aço perdia apenas para Cubatão em se tratando de poluição atmosférica... e eu? Não podia sujar a roupa, mas eu ia para rua brincar nas pracinhas e voltava toda encardida. Gostava de carrinho de rolimã, ir para a beira do Rio Doce escondida para ver se via onça pintada, amava ir ao bicicross, andar de kart, soltar pipa, brincar de ferrorama e autorama, buscar boi no pasto, cavalgar como uma louca, vivia no clube nadando e apostando com os meninos quem era o mais rápido ou quem tinha mais folego (meu cabelo ficava verde de cloro). Odiava brincar de casinha e ser a moça boa e perfeita da família. Lembro dos castigos, das quedas, dos ralados e são tantas cicatrizes que até perdi a conta, mas todas as vezes que as olho sinto uma lembrança aconchegante.

Meu pai era o Peter Pan, o “bom vivant”, o boêmio que ia de bar em bar. Era aquele que sentia um ciúme “sine qua non” da filhinha dele. Ele me ensinou que homens não prestam por serem volúveis, que eu nunca poderia aceitar que qualquer homem pagasse alguma coisa para mim, e ainda, dizia sempre: “jamais confie num homem”. Lembro da primeira vez que ele me levou em uma boate. Cristo tem poder! Ele jogou um bolo de dinheiro no meu colo, disse que se eu quisesse beber era para beber com o meu dinheiro e que as duas da madrugada me buscaria. Quebrava os telefones fixos e implicava com os meus amigos que iam na minha casa me ensinar matemática e física. Me mandava tirar o batom e a saia curta. A primeira vez que ele me viu de salto alto andando pelo corredor de tábua corrida da casa quase enfartou. Eu não tirei os saltos e saí. Ele me mostrou que nem ele me modificaria. Para ficar livre da mordaça que ele insistia em me colocar resolvi trabalhar e ganhar o meu próprio dinheiro.

A parte mais fantástica da vida da minha infância e da adolescência foram os meus irmãos mais novos. Tinha que cuidar deles e ser exemplo.  Estes quase conseguiram me polir por um tempo. Como dançava jazz sempre tive os ouvidos apurados para a música, aos doze anos conheci Guns’n Roses e o heavy metal, aos 16 já bebia e a virgindade vou deixar para outro texto... meu irmão é mais novo que eu três anos, por causa dele eu deixei de fazer muita coisa porque os olhos dele de censura me cortava como uma lamina samuray. Ele se tornou músico e virou amigo dos meus amigos que eram todos metaleiros, afastei de alguns amigos porque não queria envergonhar meu irmão, queria deixar ele viver a vida dele. Mas a vingança é um prato que se come frio, aos dezoito anos, já dirigia e levei ele e mais cinco amigos para um lugar um tanto curioso para uma mulher que tinha que ser exemplo. Levei-os para zona, no bairro do subúrbio Fabricianense, que se chamava “Mineirinho”. Ele me odeia até hoje por isso, mas os amigos dele, nem tanto... Minha irmã mais nova nunca me deixou aproximar, talvez meus olhos fora a censura que eu sentia e acabei transmitindo para ela de alguma maneira inconsciente. Como queria ser sua amiga. Na verdade queria protegê-la do mundo... na atualidade sequer conversamos cordialmente, o silêncio impera e ela sempre me diz que sou igual ao Pequeno Príncipe no País das Maravilhas correndo com os lobos.

O primeiro namorado um tédio! Eu tinha que ser a mulher imaculada que tanto odiava. O segundo, foi o amor da minha vida, esse eu reverencio, me ensinou a ser mulher, fizemos todas as aventuras possíveis e impossíveis que estavam ao nosso alcance. Terminei com ele porque queria viver as minhas próprias experiências sem interferência. Hoje quando ouço Ana Castela cantando: “Ê, saudade que toma, que toma; Que toma conta de mim; que não me dá remorso, nem raiva nem ódio, dá pena do fim”... é dele que eu lembro com muito amor no coração. O terceiro namorado eu casei, para não dizer “caguei”; já tinha feito todas as maluquices que eu queria fazer. Ele com o mesmo arquétipo de Peter Pan igual ao do papai. Tocador de viola caipira, um boêmio e estelionatário. Casei na igreja de branco e com festa porque o papai quis. União matrimonial abençoada pelo Clero que durou apenas seis meses... Graças a Deus e amém! Porque se ele não fosse estelionatário seria mais difícil divorciar... depois... foram vários namorados, fui pedida em casamento várias vezes e neguei todas, já havia decidido: não sei viver presa e amordaçada para atender a expectativa de alguém, talvez eu seja egoísta, mas uma coisa vos digo, quando um homem te pede em casamento e você diz: “Vamos namorar por mais um tempo, eu prefiro assim, por enquanto.” Eles terminam o relacionamento que eles queriam para o resto da vida na velocidade da luz.

Na atualidade, não sei o que esperar de um relacionamento. Odeio dormir de conchinha e aos cinquenta anos não espere que eu seja a mulher difícil, porque eu sou a dificílima, mas sei ser a fácil quando eu desejo. Personalidade forte e uma sobrevivente.

Sobrevivente aos algozes mãos brancas do sistema araponga. Sobrevivente aos homens que me assediariam sexualmente, moralmente, materialmente e principalmente emocionalmente. Sobrevivente daqueles que me chamam de mal-educada por ser autêntica. Sobrevivente daqueles que me chamam de louca! Sobrevivente das quedas, das batidas, das alergias, da asma que é a alma esperneando em dor, das situações de perigo imprevistas. Sobrevivente dos olhares das mulheres que me odeiam pela minha personalidade e das que me julgam incapaz de sentir amor porque eu não tive filhos.  Sobrevivente das exclusões cotidianas. – Sim! Uma mulher como eu é sempre excluída e nunca benquista.

Vivo num limbo onde não pertenço a nada e nem a ninguém. Não tenho raiz! Sou como o oceano. É com o mar que eu sinto a paz no sentido literal da palavra, é ele que me cura.

Como professora de Literatura, trabalhando a Terceira Geração do Romantismo no Brasil com os alunos do segundo ano do Ensino Médio, deparei-me com a seguinte pergunta: - Professora, a Senhora é romântica? Claro que gargalhei e respondi com ironia. – Sim! Sou um tipo 4, sexual do Eneagrama, meu signo é Escorpião e possuo a “persona” mais sombria e detestável do Planeta Terra.  Eles vão ter que pesquisar o que é o Eneagrama. O mais genial de ser professora é que você pode ser surpreendida com a frase no final do trabalho sobre Romantismo: “Como dizia minha ex: terminamos... eu: Como dizia minha ex: terminamos próximo! E ainda ouvir: Quem morre pra “danger” é corno! Me divirto muito em ser a professora que pula, que briga, brinca, provoca emoções, que ama, que se orgulha, que dança e gargalha. Me orgulho em inspirar os futuros poetas, escritores e de inseri-los num mundo de oportunidade.

Às vezes penso em desistir e recomeçar em outra profissão, penso em mudar para outro lugar... uma inquietude que se compara com a minha vida amorosa. Quanto a vida amorosa não tenho certeza de nada, mas quanto a profissão e o lugar aonde eu vivo, já me decidi. Vou ficar por aqui, por enquanto...

Ser professor é como viver em uma corda bamba. Viver entre a vida e a morte. É um ofício dificílimo! E como sou pura poesia, indomável, brava, livre, moldada na terapia Junguiana e corro com os lobos sempre caio em armadilhas... mas sobrevivo.

Recentemente tentaram me amordaçar novamente. Por ser descontraída, sorridente e arregaçar nas gargalhadas, fui taxada novamente de louca, mal-educada e pouco profissional.  Conseguiram me fazer chorar na frente dos alunos justamente na turma que eu mais respeitava e amava. Não fui acolhida por ninguém. Me senti a própria Maria Madalena sendo apedrejada em praça pública. Reza a lenda, que, pedagogicamente não existe reclamação sobre mim, sou pontual, cordial, cumpro com todas as obrigações antes do tempo e sempre que sou solicitada para um algo a mais, me dedico de bom grado, mas que os alunos me acham irônica e debochada, que era melhor eu parar de rir e ter uma atitude mais profissional. Ninguém duvida da minha competência e da minha capacidade intelectual, mas a minha gargalhada incomoda...

E nesta confusão emocional, pessoal, amorosa e profissional me deparei com a primeira pessoa na vida que me colocou uma rédea ou arreio. Um sábio ancestral, um Franciscano, um espelho fascinante e exuberante! Um homem emocionalmente sadio, bravo e gentil. Com lágrimas nos olhos e com muito amor no coração reverencio esta amizade! Dou Graças a Deus e ao Universo por sermos amigos, porque se fossemos amantes, namorados ou um casal não ficaríamos juntos para sempre. Amizade legítima não se dissolve. Com este homem eu quebrei o dogma do meu pai e da minha mãe. Talvez eu tenha quebrado a maior maldição da minha vida. Consegui finalmente sentir e enxergar que existe homens bons no mundo e que eu posso me deixar ser domada permanecendo autêntica... um pouco... só um pouquinho domada...  Ele é o Lobo, e eu, a Mulher que corre com os lobos.  Ele é o líder da matilha, da qual humildemente faço parte. O destino faz com que os semelhantes caminhem juntos, tendo em vista que, na maioria das vezes, os opostos se atraem, mas não se comunicam.

Quanto ao resto, que se incomodam com a minha gargalhada, digo o seguinte: gente feliz não incomoda ninguém. Eu sinto muito! Eu vos liberto! Vou seguir adiante e sempre serei apedrejada. Sobreviverei a todos porque EU SOU UMA MULHER QUE CORRE COM OS LOBOS!

Por: Lucileyma Carazza

Referência: Mulheres que correm com os lobos – Clarissa Pikola Estés


quarta-feira, 18 de junho de 2025

SOBRE RELACIONAMENTOS

 

SOBRE RELACIONAMENTOS

 

Difícil descrever, tendo em vista que palavras são palavras, o enxergar nem sempre significa a realidade, as atitudes são comportamentos e as emoções o sentir verdadeiro sem as máscaras de um ego machucado e comprometido ao insucesso.

Não estou sendo clara, não estou conseguindo me expressar na verdade existe a tríade: ver, imaginar e sentir. Uma coisa é o que eu vejo, a outra é o que eu imagino sobre o que eu vi, e a outra, é  o sentir a realidade de fato.

Não nos conectamos, paramos de respirar para não sentir, nos embriagamos para perder os sentidos e ignorar a dor, criamos roles aleatórios para nos distanciar de nós mesmos.

Paramos no imaginar porque o julgar é mais fácil do que sentir, ou, dói menos. Todo vício é uma fuga.

As relações refinadas são superficiais são como o açúcar refinado, já as relações integrais são indigestas e dolorosas; quem gosta de comer comida integral? Ninguém! Já dizia o Padre Fábio de Mello... onde existe dor é porque existe muito amor.

Atualmente ando enamorada com o mundo, meio cabeça oca. Sem propósitos ou conceitos estabelecidos. Não me reconheço, não me importo, anseio estar em vários lugares ao mesmo tempo e conhecer e viver tudo aquilo que ainda não vivi. Me sinto aprisionada nesta sociedade a qual precisamos para sobreviver. Isso... vivemos no modo sobrevivência.

E eu, querendo entrar no modo desistência. Cheguei no ponto da vida em que mais temia: me tornei a a velha louca do rolê... a ignorada, taxada como mal educada, intelectualizada, antipática, rica, velha, gorda e louca.

Sempre fui discreta, cheia de conceitos estabelecidos, determinei limites dos quais só foram estabelecidos por existir um vazio e uma dor imensa no meu peito, então criei barreiras para me livrar dos julgamentos... estas barreiras nos tornam prisioneiros de nós mesmos. Deixamos de ser livres por padrões e questões mal resolvidas em virtude das dores que sentimos e que nunca curamos... Emoções que não curam geram um vazio imenso e constante no peito.  Um buraco sem fundo... tudo criado por nós/mim mesmos, pelas nossas dores, pelas imposições da sociedade; tentamos agradar o máximo a todos e a si próprio.

Confesso que ando exausta. Descobri que é melhor ser... ser ex, ser decente, ser enamorada, ser filha, ser amiga, ser carinhosa, ser livre, ser íntegra, ser caridosa, ser alienada, ser burra, ser sem noção, ser a melhor, ser a pior, ser a louca, ser fora dos padrões e foda-se.

Ainda prezo pela fé e pela minha intuição. Não sei de onde elas vem. Mas as sinto. Não tenho me importado em fazer nada apenas para agradar. Estou sem limites com sede de vida, completamente sem noção e caio em gargalhadas sem explicação.

No mais, precisamos sentir a dor, vivenciar a dor, não fugir, compreender o que ela quer me ensinar para me livrar de ciclos viciosos. Se tem dor, tem mentira. O verdadeiro não causa dor. “Conhecei a verdade e a verdade vos libertará”. A verdade nunca causa sofrimento.

 

Por: Lucileyma Carazza

Revisão: Pedro Lucas Defante Nolasso (meu aluno preferido)