Frustre o sofrimento.
Nunca estamos livres dos
parasitas, da tristeza, do sofrimento. Imaginar que nos livraremos deles um dia
é a pior das ilusões, o supremo sofrimento. Todo o trabalho que realizamos para
afastar o sofrimento acaba por alimentá-lo. Eis o segredo.
O sofrimento sempre volta. Mas
podemos aprender a acolhê-lo para que ele não se instale de modo definitivo.
Quando o sofrimento irromper, não tire os olhos dele enquanto ele não se for
espontaneamente.
Não o alimente, negando-o,
esquecendo-o, afastando-o ou obedecendo a seu comando. Se mantemos constante
contato com ele, simplesmente observando-o, ele passa sem nos prejudicar.
Mas basta um segundo de
desatenção para que ele inocule o seu veneno, nos anestesie, sugue o nosso
sangue e prepare o terreno para um exército de futuros sofrimentos.
Quando tiver um sentimento t...riste
(cobiça, esperança, agressividade, medo, inveja, etc), não pense que é você
quem tem essa emoção. Reconheça antes a manifestação de um parasita emocional.
Se você rejeita, nega, acredita,
foge ou obedece a esse sentimento, o mecanismo da familiaridade se instala e a
armadilha da dependência mais uma vez se encerra. Basta tentar se livrar do
sofrimento para que ele assegure seu poder sobre nossa alma. Atenção!
Tudo acontece numa fração de
segundo. Então, assim que você detectar o sofrimento (e mesmo a esperança é uma
forma sutil e particularmente virulenta de sofrimento), acolha-o, aceite-o, experimente-o,
observe-o em plena consciência e, depois, deixe-o partir por si mesmo.
As emoções negativas são poços de
energia que só conseguem esvaziar nossa vida porque nos fazem acreditar que são
reais. Ora, tudo reside no próprio espírito.