26!
E
eu não me lembro de mais quantas vezes me perguntei, nos últimos meses, sobre o
que estou fazendo da minha vida. Quanto tempo resta pra conquistar tudo àquilo
que fica rondando em minha mente, como se eu ainda não tivesse conquistado
nada.
Alguns
anos se passaram, há dias em que acredito severamente que não conquistei nada
durante esse tempo, que deixei coisas inacabadas e outras nem tivecoragem de
começar a arriscar. Uma sensação de impotência e valentia. De fortaleza e
fragilidade. De menina e de mulher.
Que
estranha transição. Cruel, eu diria. É como se não tivesse conseguindo cumprir
os objetivos que fiz quando mais nova. Preciso fazer, preciso acontecer,
preciso realizar, preciso ter, preciso amar. Eu preciso. Ou então não terei
mais tempo pra ser essa que sou agora, cheia de vida pela frente. É como se
meus dias estivessem contados, como se amanha eu fosse tornar outra pessoa, sem
a possibilidade de errar.
É
um bilhão de duvidas existencial. De medo, angustias, saudades. Muitas pessoas
na minha idade ainda têm duvidas sobre qual carreira seguir. Neste quesito me
considero vencedora. Sempre lutei pelo que eu queria e desde meus 16 anos
comecei atuar na profissão que sabia que queria pra mim.
Mas
as cobranças existem e são elas que sufocam. A ansiedade de conquistar tudo o
que quero, agora é algo q habita em mim. Mas a sociedade também maltrata.
“quando vai comprar seu carro? Ainda esta solteira? O tempo está passando pra
você menina. Quando vai resolver ter filhos? Ainda não tem seu apê próprio? Ate
quando vai morar com seus pais?” essa conversa chega e da vontade de GRITAR. E
muitas vezes essas perguntas vêm de mim mesma e às vezes me questiono, será que
preciso mesmo me enquadrar nos padrões da sociedade? É muita cobrança. E eu sei
que o tempo está passando. Mas será que não posso mais andar de descalço?
Brincar e “perder tempo” assistindo desenho?
O
que me conforta é saber que não estou sozinha nessa turbulência de pensamentos.
Alguns amigos dizem que já passaram pela essa crise e que hoje estão mais
tranquilos. Garantem que tudo continua igual, muitas vezes ate melhor. Ok.
Vamos combinar que todos que passaram dos 30 elogiam, mas a verdade é que todos
que tem menos de 30 acha que é o fim do mundo. E eu já sinto saudades de mim
mesma!
O
fato é que prestes a realizar 26 anos, ainda me sinto imatura em tantos pontos
da minha vida e tão madura para outras. Satisfeitas com inúmeras conquistas e
descobertas, mas aprendiz de mim mesma. Dizem que essa crise é passageira, como
as dos 36, 46, 56 e por ai vai. Mas tenho uma vida pela frente, e como diz
Nando Reis: “É bom olhar pra trás, e admirar a vida que soubemos faze”.
Por:
Mari Antonaci