MELANCOLIA
É
a falta do olhar, do reconhecimento e do acolhimento. A falta do colo. A
carência de um buraco que jamais será preenchido.
A
agressão veio da pirraça, da cegueira de um ego doente que ocasionou a
estagnação dos sonhos e da vida.
Fiquei
completamente desprotegida. Fui violentada e me senti humilhada. Perdi a
ingenuidade, passei por dificuldades e não fui protegida. Parti para o mundo
com o sentimento de culpa e muito ressentimento, fujo da minha essência e me
entrego ao mundo das conquistas.
Presa
em uma imagem que a vida me proporcionou. Existe muita dor, arrasto este
sentimento inconscientemente, caio em lágrimas e sempre perco o sono.
Luto
pela sobrevivência e quero ser valorizada e muito reconhecida. A opinião das
pessoas que amo, muito me interessa. Sou uma mulher forte e que merece ser
respeitada.
O
acolhimento surge com o desabafo. Procuro incansavelmente demonstrar que sou
digna e casta; e assim, em meio ao caos, retorno a imagem da infância, que se
repete através de um ciclo vicioso, registrado na adolescência e que ainda me
sufoca.
Preciso
reverenciar os antepassados, perdoar o ocorrido, viver no presente e acreditar
em minha força interior.
O
reconhecimento está em mim, e não vem do outro. Hoje, transbordo em lágrimas
que transformam. Permitirei ficar triste, acolherei a minha dor, vou morrer
porque necessito renascer.
Reconecto
com a vida! Estou inteira e plena. Não preciso conquistar, pois, possuo o dom
de gerar e não abdicarei mais a minha essência.
Sou
uma mulher com inúmeras virtudes, que vez e outra, se depara com alguns
demônios da alma. Me liberto da culpa e da carência. Perdoo o passado. A minha
voz interior se manifesta: não foi minha a culpa de tamanha agressão.
Minha
força vital está restabelecida e posso seguir adiante. Possuo o dom da escolha
e quero um lindo jardim. Tenho o dom da VIDA, a qual esteve adormecida em mim.
Por: Lucileyma
Carazza